10 Segredos dos TOPs em Supply Chain
O ranking Supply Chain TOP 25, publicado anualmente pelo Gartner, classifica as organizações em critérios específicos e que se adequam às exigências do mercado. Vide a seguir os critérios de 2020:
Alguns me perguntam: Onde isso nos ajuda?O fato destas organizações integrarem o ranking das TOP 25 e/ou manterem essa posição ao longo dos últimos anos já é motivo suficiente para as considerarmos como referências. Obviamente, referências não precisarem ser copiadas, mas podem perfeitamente nos mostrar tendências, influenciar o desenvolvimento de ideias/soluções e promover o que denominamos “melhores práticas”. Será que não vale a pena investir em planejamento de longo prazo para visualizar melhor o curto e médio prazo?Assim, selecionamos 10 empresas do ranking para compartilhar alguns dos “segredos” destes times, pois acredito que isso nos ajuda a tomar decisões no presente e a estabelecer visões de futuro mais alinhadas à realidade que está por vir.
A ideia não é julgar se a prática utilizada é certa ou errada e também destaco aqui que, na realidade, as mesmas são “segredos” só para aqueles que não as conhecem, pois estão disponíveis a todos em diferentes publicações, como seguem:
1. Apple: integra o seleto grupo das 5 empresas que estão na categoria “master” e ninguém tem dúvida do seu merecimento, mas é interessante conhecer uma de suas práticas que certamente impacta nos seus ótimos resultados: publicado no Wall Street Journal, uma das estratégias da Apple para manter os lucros e consequentemente o retorno sobre os investimentos é pressionar seus fornecedores. “O trabalho do executivo de compras da Apple, Tony Blevins, é olhar para os fornecedores e reduzir os preços até os ossos.“, destaca Paul Ericksen, assessor em Supply Chain da IndustryWeek’s supply chain advisor. Saiba mais: www.industryweek.com/supply-chain/supplier-relationships/article/21122822/apple-the-supplier-nightmare-is-real
2. Amazon: entre as estratégias de Supply Chain utilizadas pela Amazon, destacam-se algumas: previsões de demanda baseadas em probabilidade (P70, P80 e P90), tecnologia e automação em suas operações e uma infinidade de canais de entrega. Além disso, a empresa opera em 11 marketplaces on-line (sites) ao redor de todo o mundo, permitindo que os seus parceiros (“vendedores”) cresçam seus negócios internacionalmente, independente de onde estejam fisicamente localizados. Saiba mais: https://tinuiti.com/blog/amazon/amazon-supply-chain/
3. Unilever: a gestão integrada da Unilever para reduzir emissões de CO2 e também os custos logísticos (ex.: transporte etc.) por meio do apoio de tecnologia, impulsiona a sustentabilidade e melhora os resultados (dois aspectos que influenciam no ranking Gartner). Além disso, sua contínua insatisfação e busca pela melhoria contínua, também contribui para a avaliação dos profissionais que a avaliam: embora as aquisições de origem sustentável tenha aumentado de 14% em 2010 para 62% em 2020, a Unilever diz que ainda carece de “visibilidade total” sobre suas cadeias de suprimentos, tais como questões como desmatamento, abusos de direitos humanos etc. Saiba mais: www.eco-business.com/news/unilever-has-pioneered-sustainable-business-for-the-last-decade-but-has-it-done-enough/
4. Cisco: Vale voltar alguns anos (2014) e entender como a Cisco transformou sua Cadeia de Suprimentos para hoje estar classificada como a 1ª do ranking dos TOP 25. O desafio foi otimizar a Supply Chain a partir da transformação de um sistema altamente customizado, com operações separadas de CTO (Configure-To-Order) e BTS (Build-To-Stock), processos redundantes e não padronizados o que tornava a escalabilidade quase impossível e prejudicava a produtividade e a experiência do cliente. O que eram 250 aplicativos customizados, reduziu-se para 10 a 15; o percentual de customização do sistema, que antes era de 80%, caiu para 5% e os 19 bancos de dados separados foram reduzidos para apenas 1. Saiba mais: www.cisco.com/c/en/us/solutions/collateral/enterprise/cisco-on-cisco/cs-boit-05272014-supply-chain.pdf
5. Johnson & Johnson: São algoritmos que hoje modelam as cadeias de suprimentos onde a empresa se faz presente. O Data Science sustenta pesquisas, fazendo com que a tecnologia auxilie pacientes, clientes e suas famílias em todo o mundo. Apesar da transição para o trabalho remoto, nos últimos tempos, os funcionários da J&J já se apoiam na TI para se conectar, colaborar e inventar. “Usando dados e insights em tempo real, podemos fornecer aos pacientes o cuidado certo no momento certo”. Saiba mais: https://enterprisersproject.com/article/2020/5/why-transformational-leadership-needed-now
6. Pepsico: Impulsionando nos últimos anos uma Cadeia de Suprimentos mais digital, a empresa ocupa hoje a 6ª posição no ranking do Gartner e, na medida que conhecemos as estratégias ligadas à cadeia de suprimentos, identificamos iniciativas, tais como: – Melhorar algoritmos para gerar automaticamente o pedido perfeito para um determinada loja, com base nos históricos de vendas, – Automatizar suas operações logísticas, substituindo por exemplo as pessoas por robôs de carga e descarga de carga batida em caminhões… etc. Saiba mais: www.digitalcommerce360.com/2018/04/04/pepsico-drives-a-more-digital-supply-chain/
7. Coca-Cola: uma empresa global que opera a nível local. Esta é certamente uma estratégia que pode gerar um excelente desempenho em tempos de pandemia (vamos estar atentos ao ranking de 2021). São mais de 200 parceiros engarrafadores em todo o mundo e sua Supply Chain se baseia em um processo onde os ingredientes mais importantes (água e açúcar), são providos localmente. A empresa utiliza uma plataforma de TI especificamente para a comunicação dos engarrafadores que podem adquirir recursos faltantes de outros parceiros. Com o blockchain, a Coca-Cola espera reduzir a duração da reconciliação de pedidos de 50 dias para apenas alguns dias. Assim, a empresa se mantem continuamente otimizando e modernizando sua cadeia de suprimentos. Saiba mais : www.allthingssupplychain.com/amazing-supply-chain-of-coca-cola/
8. Nike: 525 fábricas em 40 países integram a sua cadeia de suprimentos, no entanto, a Nike não possui fábricas para a produção de seus calçados e vestuário, pois é uma das pioneiras em terceirizar a fabricação por conta da significativa vantagem de custo. A Nike também tem investido na expansão de suas operações no Nike Direct que inclui lojas de varejo de propriedade da Nike e plataformas digitais. As vendas diretas da Nike têm margens elevadas e o crescimento na proporção de vendas do Nike Direct pode impactar positivamente a margem bruta da Nike. Saiba mais AQUI: https://marketrealist.com/2019/10/nike-manufacturing-and-supply-chain-strategies/
9. Starbucks: uma cadeia de suprimentos verticalmente integrada… isso significa que a Starbucks está envolvida em cada etapa de seu processo de Supply Chain, desde o grão, até a xícara de café vendida aos consumidores finais. Isso tudo significa que a Starbucks trabalha diretamente com os quase 300.000 cafeicultores de sua base de fornecimento em todo o mundo. A empresa acredita que interagir diretamente com os agricultores garante que todos os seus grãos de café alcancem os mesmos padrões de qualidade e sabor. Saiba mais : www.fronetics.com/supply-chain-putting-star-starbucks/
10. Kimberly-Clark: a cadeia de suprimentos global da Kimberly-Clark opera a partir de sua diversificada linha de produtos que é enorme e complexa. Análises conduzidas por dados em toda a Supply Chain – desde o planejamento, manufatura, gestão de parceiros e entrega – ajudam a Kimberly-Clark a simplificar e resolver as complexidades inerentes à sua cadeia de suprimentos, além de focar no “valor” em todo o processo. Saiba mais : https://revistalogistica.com.br/kimberly-clark-big-data-iot-e-inteligencia-artificial/
Conclusão: Observe que, exceto a receita secreta da Coca-Cola, não existem muito mais segredos para quem deseja conhecer inúmeras iniciativas em Supply Chain.Acompanhar a evolução das empresas que ditam o ritmo das inovações e transformações nos ajuda a visualizar melhor o que vem por aí, mesmo em um mercado cada vez mais “VUCA” (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo). Por isso que não é a posição específica do ranking que importa, mas sim as estratégias de Supply Chain que vem sendo utilizadas e os resultados que estão sendo obtidos, ano a ano.Invista também na análise evolutiva e no planejamento de sua cadeia de suprimentos e veja se a mesma está alinhada com as tendências e/ou melhores práticas.
Eduardo Banzato
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