A Importância de Um Plano Diretor de Intralogística
Com cada vez mais frequência, as empresas se deparam com a necessidade de se adaptar as novas exigências, o que as leva a rever suas operações logísticas. Uma parte das empresas permanecem em suas instalações, e neste caso precisam readequá-las, outra parte, opta por implementar uma nova operação, as vezes em outro local existente ou ainda podem partir para um novo local. Em todos os casos, como boa prática, recomenda-se a realização de um Plano Diretor, quer seja ele de Concepção, para o caso de uma nova operação a partir do “greenfield”, ou de Adequação, no caso de aproveitamento e adaptação de instalações e sites já existentes.
O que é um Plano Diretor de Intralogística:
É um plano abrangente que orienta a ocupação de um site, novo ou existente, com foco em:
- Otimizar os FLUXOS de materiais, veículos e pessoas; visualizando aspectos que venham a gerar maior produtividade através da redução de percursos (atividades que não agregam valor, mas agregam custos), tempos e riscos de acidentes com pessoas ou produtos.
- APROVEITAR de forma eficaz, os espaços disponíveis; de modo a prevenir desperdícios de áreas, e consequentemente recursos financeiros da organização, uma vez que o valor de uma propriedade é elevado quer seja para aquisição, construção ou locação.
- Planejar o crescimento das atividades no curto, médio e longo prazo de forma lógica, eficiente e organizada, de forma que se garanta evitar perdas no futuro resultantes de adaptações não previamente planejadas, que frequentemente resultam em improvisações, gerando aberrações logísticas que vemos constantemente em nossos projetos, como por exemplo os “puxadinhos” ou os “vai e vem” no fluxo de produtos e pessoas.
- Promover uma operação logística eficiente, que entregue o melhor desempenho a menores custos, não somente no momento de sua implementação, mas ao longo de todo o horizonte de vida previsto com as expansões e crescimentos planejados.
Qual a estrutura de um Plano Diretor Logístico?
Em nossas consultorias, adotamos a metodologia SLP – Sistematic Layout Planning, desenvolvida por Richard Muther, que resumidamente descreve os Projetos em três níveis, que devem ser realizados de forma sequencial, baseado no estudo de alternativas e nesta ordem:
- PROJETO ESTRATÉGICO – PLANT-LAYOUT, consistindo em posicionar os prédios industriais e de administração, os armazéns logísticos, pátios, acessos e utilidades dentro do terreno, com foco na otimização da sua ocupação, promovendo fluxos otimizados de materiais, veículos e colaboradores.
- PROJETO TÁTICO – BLOCK-LAYOUT, posicionando ainda “em bloco” cada agrupamento de máquinas produtivas, estruturas de armazenagem, bancadas, espaços de trabalho, entre outros, as áreas operacionais e administrativas dentro dos prédios e instalações, tais como recebimento, armazenagem, expedição, devoluções, linhas de produção, linhas de embalagem, postos de inspeção, etc.
- PROJETO OPERACIONAL – LAYOUT LOGÍSTICO DETALHADO, em nível de Projeto Básico de Concepção, onde são posicionados de forma detalhada os equipamentos produtivos, de armazenagem, bancadas e demais facilidades e instalações, acrescidos de recomendações em nível estratégico para a gestão dos processos de informação e tecnologia.
Etapas de um Plano Diretor:
Para finalizar este artigo, descrevemos as etapas sequenciais de um Projeto Plano Diretor Intralogístico, que englobam:
- ETAPA 1 -COLETA DE INFORMAÇÕES E DIAGNÓSTICO, onde é entendida a realidade atual, são identificados os gap’s em relação a melhores práticas e necessidades, bem como são definidas as premissas para o crescimento da operação, onde recomendamos um horizonte mínimo de 10 anos, para efeito de viabilização de eventual payback.
- ETAPA 2 – ALTERNATIVAS E CENÁRIOS DE PLANT LAYOUT, onde são confeccionadas alternativas e ocupação do terreno – site, sendo avaliados para cada uma, os fluxos macro de materiais mensurando momentos de transportes, o aproveitamento dos espaços, os impactos internos e na vizinhança externa e mensurados aspectos qualitativos importantes, sendo finalizada com a definição de um Cenário Ideal.
- ETAPA 3 – ALTERNATIVAS E CENÁRIOS DE BLOCK LAYOUT, geradas a partir do cenário Ideal de Plant Layout, onde em blocos são posicionadas as diversas áreas e atividades, estudando-se, como no Plant Layout, os fluxos, analisados os momentos de transporte e os impactos internos e externos, finalizando-se com a definição do Block Layout mais adequado.
- ETAPA 4 – ANTEPROJETO, onde a partir do Block Layout definido na etapa anterior, iniciamos o detalhamento do posicionamento dos diversos equipamentos e áreas, avaliando as interferências entre si e com as próprias instalações, para análise, refinamentos e contribuições finais.
- ETAPA 5 – PROJETO DE CONCEPÇÃO LOGÍSTICA, onde são realizadas as correções e adequações identificadas como necessárias no anteprojeto, com a conclusão do Layout definitivo, que será base para a realização dos projetos executivos de engenharia, arquitetura, de equipamentos fixos e demais necessidades, por parte de cada fornecedor e parceiro, para a efetiva implementação.
Para finalizar o Projeto, são realizados os diversos dimensionamentos necessários para a operação, a especificação dos equipamentos logísticos, a estimativa dos custos operacionais e investimentos, bem como, onde necessário o estudo de viabilidade e identificação de eventual período de payback.