Aqui Jaz o Just-in-time
Recentemente li na Revista Inbound Logistics um artigo a qual repito no título, mas dando um toque abrasileirado deste ”Repouse em Paz”.
Este tema nos leva ao início dos anos 1980, em que a palavra Kanban era uma coqueluche, porém não tão compreendida no ocidente a ponto da APICS (American Productions Inventor Control Society) assumir a divulgação americana do kanban junto com outras técnicas japonesas, incluindo o TQC -Total Quality Control e suas concorrentes mais americanas como o TQM – Total Quality Management para sua base de associados (incluindo a IMAM) com o titulo de Just-In-Time.
Referia-se na época a analogia e advento dos supermercados na América do Norte, onde o cliente passou a ir buscar o que necessita e o estoque das gôndolas era reposto exatamente na quantidade retirada (que pressupõe obviamente o consumo).
Tal metodologia já era largamente praticada nas plantas da japonesa Toyota suas subsidiarias e fornecedores e assim começou a ser copiada pelas montadoras automobilísticas americanas que sofreram após as crises do petróleo da década dos anos 1970.
Esta metodologia foi uma revolução nas indústrias do ocidente pois nunca se havia reduzido os estoques do material em processo como as técnicas japonesas estavam fazendo, com excelentes resultados a ponto de se estenderem para as áreas administrativas, serviços e comércio tradicional. O grande mérito foi o de manter estoques reduzidos e reagir rapidamente na reposição. O assunto passou a ocupar os espaços na mídia dos negócios, a ponto do governo, universidades americanas, assumirem um estudo com pesquisa de campo, que originou no “Best Seller” A Máquina que Mudou o Mundo e rebatizaram de Lean, devido a drástica redução recursos nas suas manufaturas.
A partir daí, as visitas às fábricas japonesas tornaram-se uma rotina em busca do “manto sagrado”.
Mas tudo tem início, meio e fim! E num dia, um efeito devassador já ocorrido do Katrina, ressurge com o terremoto de Fukushima e depois outros.
Isto fez o mundo repensar na tal metodologia de materiais com estoques tendendo a zero, principalmente quando o tempo de reposição depende dos efeitos climáticos que não estão ao seu alcance, ou seja onde você tem certeza que a escassez e administrável continua sua evolução, mas em ambientes sujeitos a uma onda tal qual um Tsunami, os estoques, sobretudo os de segurança, começaram a ser questionados e abandonados, principalmente devido aos acidentes naturais.
Inúmeras entregas diárias aos pontos de oferta passaram a ser praticados e tudo isto antes do e-commerce. Mas, com a pandemia do COVID se alastrando pelo mundo afora, as entregas passaram a ser horárias e daí surge a questão… o “Just-in-Time” dentro de fábricas de centros de abastecimento está vivo?
A medida que os resultados da aplicação do JIT interno eram alcançados, a expansão para o “Just-In-Time” criou o conceito do fornecedor único e seus riscos também aumentaram.
Resumindo: sem estoques é impossível produzir, entregar etc., mas com excesso de estoques as despesas de se manter elevam os custos fora das margens competitivas.
Assim o bom senso é encontrar um equilíbrio que compense as incertezas sobre tudo oriundas da natureza.
* Reinaldo A. Moura: Criador e Fundador do Grupo IMAM em 1979 (Instituto IMAM, IMAM Editora e IMAM Consultoria) e Diretor Técnico das Missões de Estudo ao Japão. 50 anos de experiência profissional, em mais de 100 empresas. Pioneiro na introdução conceitos no Brasil, tais como: MAM, Intralogística, Kanban, Housekeeping/5S, TPS/JIT/Lean/Toc – Treinamento e Assessoria. Publisher da Revista LOGÍSTICA desde 1980 (300 edições). Formado em Engenharia Industrial (FEI), em Engenharia de Segurança do Trabalho (FEI) e mestrado em Engenharia de Produção (Poli-USP). Ex-professor universitário: FEI, UMC, Mackenzie, Mauá etc.
O sistema Just in Time é uma abordagem de gestão de produção que busca minimizar estoques ao produzir ou adquirir produtos apenas quando são necessários, reduzindo desperdícios e custos.
Os três elementos do Just-in-Time são produção sob demanda, eliminação de desperdícios e melhoria contínua dos processos.
Os princípios do Just-in-Time incluem produção nivelada, eliminação de desperdícios, qualidade em primeiro lugar, flexibilidade e melhoria contínua.
O Just-in-Time é aplicado através da produção ou aquisição de produtos apenas quando são necessários, minimizando estoques, reduzindo tempos de espera e eliminando desperdícios em toda a cadeia de suprimentos.