Flexibilizando a armazenagem
Com as variações nos custos e as exigências dos clientes, a função de armazenagem precisa acompanhar cada vez mais as mudanças para permanecer competitiva. Resumindo: um armazém precisa ser flexível. Um exemplo de flexibilidade na armazenagem é ter habilidade de gerenciar diversos SKUs (“stock keeping unit”), com pesos e tamanhos variados para responder à demanda do cliente – esta é uma importante razão pela qual um armazém precisa ser flexível – devido ao fato dessas necessidades estarem mudando constantemente.
A armazenagem freqüentemente responde às mudanças na demanda dos consumidores com redirecionamento dos conceitos de gerenciamento. A resposta eficiente ao consumidor (ECR), Just-in-Time (JIT) e estoques gerenciados pelos fornecedores (VMI) são três conceitos que buscam combinar as mudanças na demanda dos consumidores com o gerenciamento do armazém. Esses conceitos são somente uma pequena parte da tendência que objetiva ficar um passo à frente dos desejos dos clientes. A armazenagem inteligente reconsidera a figura do “cliente típico” e declara que qualquer coisa típica pode estar obsoleta.
Uma das alternativas para alcançar com sucesso a plena satisfação da demanda do cliente, com suas variações e exigências, é por meio de um armazém flexível. A flexibilidade precisa ser projetada em cada função do armazém: recebimento, movimentação de materiais, estocagem, separação e sortimento, expedição, rotulagem e embalagem, sistema de gerenciamento do armazém (WMS) e pessoal. Sem uma total flexibilidade, o armazém corre o risco de perder suas vantagens competitivas.
Projetando um armazém
No projeto de um armazém, é necessário inicialmente determinar o nível de flexibilidade desejado, com base no propósito da instalação. Se este objetivo for uma instalação para estocar itens raramente utilizados, então provavelmente não será necessária uma resposta rápida. Se for um armazém no qual grandes cargas
precisam ser rapidamente movimentadas para dentro e para fora da instalação, a flexibilidade é imperativa. Esses tipos de armazéns incluem produtos acabados, cross-docking e suporte à manufatura. É preciso ressaltar que não somente o tamanho, forma e peso dos sistemas de armazenagem sofrerão mudanças, mas também o número de SKUs. Para obter sucesso, o armazém do futuro precisa ser capaz de movimentar todas as variedades potenciais de pesos, dimensões e formas de produtos. Para assegurar que os equipamentos adquiridos acomodarão todas as necessidades futuras e conduzirão o armazém à flexibilidade, deve-se documentar os seguintes atributos do estoque:
– Tamanho, forma e peso do itens;
– Tamanho, peso e forma das cargas;
– Tipo de base das cargas;
– Quantidades de reabastecimentos;
– Nível de atividade de cada SKU;
– Quantidade recebida e expedida por carga;
– Necessidades especiais de acesso aos contentores;
– Necessidades especiais de movimentação e estocagem de materiais (por exemplo, materiais que oferecem riscos quando manuseados de maneira incorreta, etc.).
As informações coletadas sobre as características dos produtos e níveis de atividades são chamadas de perfil do produto. Geralmente esse perfil fica armazenado em um banco de dados, pronto para ser classificado e consultado. A flexibilidade não pode ser alcançada sem, inicialmente, compreender-se o perfil de produtos
e pedidos do armazém.
Estocagem e movimentação
As atuais opções de estocagem de materiais podem possibilitar maior flexibilidade. Utilizando os atributos anteriormente descritos para o perfil do pedido, classifique as necessidades de estocagem, mas limite o número de categorias, caso contrário alguns itens terão oportunidades limitadas de estocagem. O sistema utilizado mais freqüentemente é baseado no Princípio de Pareto, também conhecido como curva ABC ou regra 80-20: 80% das atividades de armazenagem correspondem a apenas 20% dos itens no armazém. Limitar o número de categorias pode aumentar a flexibilidade, permitindo que diversos SKUs sejam estocados em locais diferentes. Selecione as alternativas adequadas de estocagem de forma que sejam as melhores para as necessidades de cada categoria. Ao avaliar as alternativas de equipamentos, considere a economia de qualquer possível reajuste futuro. A flexibilidade total no armazém exige o mesmo de cada um de seus componentes. Um método de estocagem dominante atualmente é a utilização de equipamentos modulares, que permitem fácil adaptação a qualquer rearranjo no futuro.
Dê preferência a equipamentos de estocagem com aberturas (vão livres) e tamanhos de contentores flexíveis. Além disso procure incorporar mezaninos no projeto, pois mesmo que eles não sejam necessários no momento, são meios econômicos de viabilizar uma flexibilidade futura. Também se pode viabilizar a flexibilidade com a utilização de diferentes tipos de equipamentos de estocagem. Comece escolhendo os equipamentos para estocagem de itens maiores e trabalhe até os menores. A opção mais popular de estocagem de cargas de grande porte é a estrutura porta-paletes de profundidade única. Freqüentemente, as estruturas de estocagem determinarão os equipamentos de movimentação de materiais a serem utilizados no armazém. Observar apenas o tamanho do prédio, forma e espaçamento de colunas limita as alternativas. Em geral, quanto mais rígido o layout do armazém, menor a flexibilidade.
É importante encontrar um “mix” adequado de produtos, o que proporcionará a utilização mais eficiente da capacidade de estocagem e movimentação de materiais. A figura descreve as vantagens e desvantagens de algumas das opções mais amplamente utilizadas para itens de carga unitária que se deve considerar ao gerar
alternativas.
Alternativas
O passo final no planejamento de estocagem de materiais é a seleção dos equipamentos mais apropriados para a estocagem. Ao mesmo tempo que existem alternativas de estocagem, equipamentos menores permitem mais oportunidades à flexibilidade no layout do armazém. O projeto modular cúbico permite implementação gradual e fácil expansão. Pode ter incorporados superfícies de trabalho, balcões de serviço, divisores de área, gabinetes e prateleiras. Além disso, os módulos podem ser utilizados como estrutura de suporte ao mezanino, que fornece espaço agregado, gabinetes de gavetas adicionais ou outra aplicação.
Dessa forma, percebe-se que existem várias opções, tanto de estruturas como de equipamentos de movimentação, para auxiliar na flexibilização de armazéns, tornando-os capazes de atender às exigências do mercado de estocagem, dos clientes e de redução de custos. Essa será a tendência. Sua empresa está pronta?