Desafios na Gestão Competitiva LEAN
Não é recente o aumento da competitividade entre as empresas para atingir um consumidor cada vez mais exigente e que utiliza as diversas ferramentas à sua disposição para encontrar, entre tantos fornecedores, aquele que consegue entregar exatamente o que ele está buscando pelo melhor preço. Isso faz com que a empresa precise se destacar em relação ao produto ou serviço que oferece com o mínimo custo possível, o já conhecido “fazer mais com menos”.
A filosofia Lean tem se destacado neste sentido, à medida que promove a constante busca e redução de perdas de materiais, espaços, tempos de pessoas e máquinas, etc., porém ainda existem muitos desafios antes de se conseguir obter os resultados esperados desta metodologia de eficácia mais que comprovada.
Comprometimento e mudança de postura são pontos fundamentais para o sucesso da metodologia Lean, o envolvimento dos colaboradores na eliminação das perdas e na administração da produção puxada, trazendo para si a responsabilidade de conhecer melhor o próprio trabalho, se responsabilizando pela produtividade e pela qualidade do trabalho requer uma grande mudança de postura. Este grau de comprometimento não é atingido de um dia para outro, são necessários não só treinamentos sobre as ferramentas aplicadas, mas principalmente a conscientização de todos sobre a importância da atuação de cada um. Como todo processo à longo prazo, podem ocorrer ondas de motivação e período de relaxamento, por isso é fundamental a postura adequada de líderes e gestores para, através de exemplos e direcionamentos, motivar e apontar os objetivos.
Semanas kaizens podem ser uma boa ferramenta para treinar e envolver os colaboradores em desafios curtos, com objetivos definidos e que ajudam à envolver e gerar comprometimento na equipe. Além de direcionar os esforços do grupo para pontos com necessidades de melhorias, também são uma ótima ferramenta motivacional aos participantes, incentivando e promovendo mais autonomia e autoconfiança em aprender, analisar e propor melhorias ao próprio dia a dia.
Ferramentas como 5S, Kaizen, cadeia de ajuda, análise de valor, indicadores, reuniões diárias e gestão visual entre outras, devem ser utilizadas para manter a equipe em um desafio contínuo, tornando o envolvimento e a busca por melhorias em um processo natural, que faz parte da rotina diária.
Atualmente diversas ferramentas informatizadas estão surgindo e realmente devem ser incorporadas ao dia a dia no momento certo. Com grande capacidade de processamento de informações e interfaces cada vez mais amigáveis as soluções informatizadas são uma grande ferramenta, mas também podem ser um risco quando são vistas como maneira de substituir a metodologia da filosofia Lean. Não se deve pular etapas do aprendizado substituindo as ferramentas convencionais por ferramentas automatizadas antes da metodologia ser de domínio de todos sob o risco de não fixar adequadamente os conceitos. Outro risco que deve ser avaliado é o de limitar o uso à um número reduzido de colaboradores que conheçam ou tenham acesso à ferramenta informatizada, o que também vai contra o envolvimento necessário de todos os colaboradores com a filosofia.
Um dos pontos que mais podem gerar confusão, descrédito e falta de comprometimento entre os colaboradores são sinais desencontrados ou ações desalinhadas de níveis superiores. É fundamental lembrar que mais do que o uso de ferramentas, o Lean é uma filosofia, ou seja, um modo de pensar e agir, onde as ferramentas são basicamente os meios utilizados para transformar as expectativas da empresa em realidade.
As expectativas da empresa devem ser desdobradas em metas, objetivos e ações alinhadas em todos os níveis da empresa, desde o estratégico até o operacional. E importantíssimo que as ações operacionais estejam alinhadas às ações de níveis táticos e estratégico.
A comunicação adequada das expectativas da empresa para o chão de fábrica, bem como o apoio ao desenvolvimento dos colaboradores, capacitando os mesmo para que possam suportar a filosofia são funções de extrema importância das lideranças e da gerência. O acompanhamento diário de metas, com base em indicadores e a constante busca por soluções de problemas exige também um suporte maior de líderes e gestores às necessidades e propostas vindas do gemba, sob pena de cair em descrédito. Líderes e gerentes devem se manter em constante desenvolvimento, buscando sempre estar à frente tanto em habilidades técnicas necessárias ao seu processo específico, mas também em habilidades de se comunicar e solucionar problemas e conflitos, transmitindo confiança e conhecimento para a equipe.
Vários outros desafios irão tornar a gestão através da filosofia Lean um exercício de resistência, porém a busca por resultados imediatos é um risco especial. A gestão Lean prega a análise e solução dos problemas principalmente pelos colaboradores através das ferramentas de análise de valor, análise de causa x efeito, entre outras, mas isso requer envolvimento e um tempo que muitas vezes a empresa alega não ter, partindo para soluções incompletas e muitas vezes sem efetivação dos resultados que se perdem em pouco tempo.
Enfim, os principais desafios, na maioria das vezes, não estão relacionados à dificuldades técnicas para aplicação das ferramentas do Lean, mas estão nos aspectos emocionais e comportamentais, cabendo aos gestores atuar no controle da ansiedade por soluções fáceis, na disseminação da necessidade de aprendizado e desenvolvimento contínuo, e principalmente em provocar sua equipe em assumir responsabilidades, buscando de aumentar a produtividade e a qualidade do próprio trabalho.
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