A Logística Surpreendeu o Apagão da Saúde
No dia 6 de junho comemoramos o DIA DA LOGÍSTICA e, em plena pandemia do Covid-19, nada teve a se comparar com a data do desembarque dos aliados no final da segunda guerra mundial.Com um total desequilíbrio entre oferta e demanda de todos os insumos nas cadeias de suprimentos, em especial com uma paradeira da maioria dos veículos de transporte, o abastecimento ao consumidor final na denominada “last mile” não ficou sem atendimento e passou a puxar todos os elos da cadeia.Impedidos de circulação no comércio, exceto para adquirir itens essenciais, os consumidores passaram a fazer uso cada vez maior dos serviços de entrega porta-a-porta ou delivery e o meio digital foi fundamental para isto.
Imagine se hoje os mesmos serviços fossem atendidos pelos serviços de 2 décadas atrás, tele-entregas ou ainda retiradas no ponto de venda. Seria um caos!Não tivemos muito o que comemorar, pois muitos destes pontos de venda, fecharam as portas e talvez nem voltem a reabrir, mas a logística de entregas ao consumidor final ajudou muito a transformar em plataformas de “e-commerce” a venda de praticamente todos os produtos, apoiando o isolamento da população, principalmente nos serviços de saúde que, sem o apoio da logística, o apagão seria muito maior.
A grande eliminação de papéis em romaneios e notas fiscais de entrega, com a intensa prática da digitalização, contribuiu para evitar o contágio do vírus nas cadeias de suprimentos em um regime 24×7. A logística contribuiu desde o primeiro instante no transporte de insumos para os hospitais, abastecendo desde as nações exportadoras até os centros de distribuição nacionais, em verdadeiras operações de guerrilha.
Os navios deram preferência a cabotagem para garantir o abastecimento na costa brasileira, sem prejuízo às exportações da safras agrícolas que mantém recordes de produção. Aeronaves paradas em solo cederam espaço nos assentos para o transporte de produtos sensíveis num abastecimento rápido as cadeias hospitalares.
Dentro de fábricas e armazéns tudo começa a se transformar para o Novo Normal e a logística esta aí contribuindo, desde a higienização de caixas e embalagens com filme plásticos, manuseios entre operadores distantes pelo menos 1,5m, paletização para transferência mecânica de cargas, enfim evitando-se o contato humano com o produto, os riscos de contágio e consequentemente a propagação da contaminação.
Apesar da queda no ritmo da economia, os galpões logísticos que estavam com elevada taxa de vacância, ganharam novos inquilinos ou expandiram-se com os atuais, motivados pela descompressão e fluidez na separação e entrega dos pedidos.
Os ambientes estão sendo arejados e confinados em muitos casos para que as pessoas e empilhadeiras evitem cruzar os mesmos espaços. As rodas de empilhadeiras passam por superfícies molhadas para higienização e não transportar resíduos de um local a outro.Todo cuidado é pouco! Recorde-se há semanas que uma segunda onda do Covid-19, na Coreia do Sul, teve origem num centro de distribuição. Assim, as devoluções (e qualquer atividade da logística reversa), e até mesmo trocas ou experimentação de roupas em magazines, sofrerão um novo protocolo de descontaminação com a reabertura do comércio rumo ao Novo Normal.
Haverá mais estoque “just in case” do que “just in time (excesso de inventários) nas cadeias de suprimentos, num retrocesso ao modelo da globalização com fontes únicas praticados nas últimas 4 décadas.Como se vê, a logística não é tudo, mas tudo depende da logística!
* Reinaldo Moura: Criador e Fundador do Grupo IMAM em 1979 (Instituto IMAM, IMAM Editora e IMAM Consultoria) e Diretor Técnico das Missões de Estudo ao Japão. 50 anos de experiência profissional, em mais de 100 empresas. Pioneiro na introdução conceitos no Brasil, tais como: MAM, Intralogística, Kanban, Housekeeping/5S, TPS/JIT/Lean/Toc – Treinamento e Assessoria. Publisher da Revista LOGÍSTICA desde 1980 (300 edições). Formado em Engenharia Industrial (FEI), em Engenharia de Segurança do Trabalho (FEI) e mestrado em Engenharia de Produção (Poli-USP). Ex-professor universitário: FEI, UMC, Mackenzie, Mauá etc.
A função da logística é gerenciar eficientemente o fluxo de produtos, informações e recursos ao longo da cadeia de suprimentos, buscando otimização de processos, redução de custos e satisfação do cliente. Ela abrange atividades como transporte, armazenagem, distribuição e gestão de estoques.
Logística é a gestão integrada de processos relacionados ao transporte, armazenagem e distribuição de produtos, visando eficiência, redução de custos e satisfação do cliente ao longo da cadeia de suprimentos.
Os quatro principais tipos de logística são: logística de produção, distribuição, reversa (retorno de produtos) e integrada (coordenação de todas as etapas da cadeia de suprimentos).
Os salários na área de logística variam amplamente com base na posição, experiência e localização geográfica. Em média, um profissional de logística pode ganhar entre R$ 3.000,00 a R$10.000,00 por mês no Brasil, mas esses valores podem ser significativamente maiores para cargos mais especializados ou em empresas de grande porte.