Projetos para Tudo: Sucesso do Negócio
Projeto para logística (DFL – Design For Logistic), projeto para montagem (DFA – Design for Assembly) e projeto para manufatura (DFM – Design For Manufacture) se tornaram palavras-chave num ambiente de manufatura cada vez mais competitivo e volátil. Contudo, tão válido e benéfico quanto essas técnicas, existe um volume cada vez maior de incertezas sobre a eficácia da sua aplicação na prática.
As coisas mudaram totalmente desde que Henry Ford proferiu a célebre frase sobre seu Ford modelo T: “qualquer cor, contanto que seja preto!”. Com certeza, a implementação do Projeto para Logística permitiu alcançar níveis muito baixos de estoque, levando a benefícios, como a redução de custo de manufatura e logística através da simplificação do processo, eliminação das trocas de ferramentas, pedidos e processos de expedição facilmente gerenciados, e assim por diante.
Existe um bom motivo para que a metodologia do modelo T não funcione hoje. O cliente de hoje é diferente. O cliente hoje exige opções e variedade nos produtos que ele compra. Portanto, o fabricante precisa oferecer essas opções – mas existem custos óbvios para se fazer isso.
Uma das maiores metodologias por trás da manufatura moderna é a filosofia da produção (Lean). Baseada nos métodos desenvolvidos pela Toyota após a guerra, e aprimorados nesses quase 80 anos depois dela, a produção pode ser definida como um sistema que é otimizado pela eliminação de qualquer perda desnecessária no sistema, através da eliminação das causas dos problemas que geraram aquele desperdício. Empresa Lean é uma extensão dessa filosofia que abrange assuntos mais amplos como o projeto do produto, fonte de fornecimento, distribuição do produto e filosofia do negócio – isso é aplicado em toda cadeia de abastecimento, não apenas ao fabricante. Técnicas como DFL, DFA e DFM são alguns dos métodos usados a fim de preencher a lacuna entre produção e empresa Lean.
Os problemas não estão no princípio de fazer isso, mas na forma como essa lacuna é preenchida. Freqüentemente, DFL, DFA e DFM são aplicadas de alguma forma no ciclo de vida de desenvolvimento do produto. Freqüentemente, o projeto do conceito foi elaborado por engenheiros sem o envolvimento de peritos da manufatura ou logística. Quando são posteriormente envolvidos, grande parte do projeto já está definido, e existe apenas uma limitada influência que podem ter sobre o projeto.
Diferentes departamentos assumem responsabilidade por certos aspectos do projeto e basicamente protegerão seu ponto de vista em relação aos outros. Esses times freqüentemente são chamadas equipes de engenharia simultânea; equipes compostas por representantes de todas as áreas relevantes do negócio. Embora a metodologia da engenharia simultânea sem dúvida seja sólida, a realidade é que freqüentemente não funciona bem na prática. Assim, a equipe de logística defende os assuntos de DFL a serem levados em consideração, a equipe de manufatura considera as questões de DFA e DFM, e assim por diante. Isso necessariamente não significa que o melhor resultado geral será encontrado.
A solução está em aplicar o DFL, DFA, DFM e outras técnicas associadas como “última configuração” de maneira integrada e programada, com todos os membros da equipe focalizados e comprometidos com a estratégia geral do negócio; deveríamos chamá-la de Projeto para o Negócio (DFB – Design For Business).
• Manufatura
Isso envolve o projeto de produtos para que sejam fáceis de manufaturar; um bom exemplo são componentes fundidos, onde o projeto do molde é uma questão importante e o projeto do produto que facilita fundir as peças e um grande benefício de custo.
• Montagem
Existe dois elementos principais para o DFA; primeiro, do ponto de vista geral, eliminar o máximo possível a mão-de-obra de montagem a fim de tornar o produto mais barato para montar; isso pode significar trabalhar com grampos em vez de parafusos, peças que se encaixam no lugar em vez de serem parafusadas, e assim por diante. Em seguida, o DFA está interessado em meios de tornar a montagem mais fácil para o operador; se duas peças precisam ser unidas, então deverá ser fácil fazê-lo, com acessos a qualquer acessório de fixação que devem ser apertados rapidamente e sem dificuldade.Mas cuidado com a rapidez. Um caso crítico aconteceu na Boeing fabricante do 737 Max, que desenvolveu projeto “Plugue de Porta” para cobrir o vão deixado para uma saída de emergência desnecessária. A Boeing tentou aumentar a velocidade da produção do avião, e depois continuaram a trabalhar para ir mais rápido, mais rápido e mais rápido!
• Ferramentas
Por conta da complexidade, freqüentemente é necessário comprar ferramental adicional para fabricar as diferentes variações de itens. Dependendo do produto, esse pode ser um assunto importante; o ferramental de injeção plástica para grandes componentes, por exemplo, pode ser extremamente caro.
• Logística
Esse é um importante assunto do ponto de vista logístico. O objetivo é oferecer ao cliente o mais alto nível de opções percebidas, todavia, reduzindo os custos de manufatura e movimentação e estocagem de materiais normalmente associados a alta variedade. Um bom exemplo é ter um motor de veículo genérico com equipamentos elétricos que possuem conectores comuns, tal que, o mesmo item pode ser usado para vários motores de especificações similares. Certamente a redução de custo desses conectores deve estar baseada nos ganhos com a redução da complexidade.
• Supply Chain
Existem muitos benefícios do fornecimento local: custos reduzidos de transporte; investimento reduzido de capital em contentores reutilizáveis; maior capacidade de reagir rapidamente às mudanças dos programas. Com certeza, isso deve ser balanceado com as questões comerciais e a competência tecnológica, para obter a melhor solução geral para o negócio.
O segredo está em ser capaz de entender todos esses fatores e tratá-los simultaneamente. Isso deverá ser alcançado de maneira que procure a melhor solução de projeto do ponto de vista de custo total; mas sem cair nas armadilhas que levam muitas equipes de engenharia simultânea a se tornarem nada mais do que um campo de batalha entre os vários departamentos feudais marcarem pontos.
A solução
O DFB pode ser definido como uma filosofia de projeto que se concentra no desenvolvimento de produtos de maneira a levar em consideração as necessidades gerais do negócio. Um projeto que seja tecnicamente correto, que atenda à especificação a um custo razoável menor e que proteja as necessidades das funções relacionadas tais como manufatura, montagem, logística, marketing e vendas. Isso responsabiliza a engenharia de produto a levar em conta esses assuntos como parte do negócio normal, sem a necessidade de outros departamentos relacionados mencionados terem de pressionar para que isso seja feito.
O segredo está em estabelecer e desdobrar a visão. missão e valores corretos gerados pela diretoria da empresa. Sem um ambiente que genuinamente sustente a operação de uma filosofia de projeto centralizada na DFB, os verdadeiros benefícios do sucesso do negócio a longo-prazo não podem ser alcançados.A discussão aqui se concentra em assuntos de projeto dentro da manufatura. Mas existe situação similar dentro de outros setores.
Conclusão
O Projeto para o Negócio (DFB) é derivado de seus parentes próximos DFL e DFA. Contudo, até as organizações aprenderem a trabalhar de maneira que seja concentrada na eficácia e eficiência geral do negócio, e parem de jogar um departamento contra. o outro, o impacto e benefício completo do DFB não podem ser obtidos. No mercado de hoje cada vez mais competitivo, as organizações que aprenderem primeiro a explorar as oportunidades como o DFB são as que prosperarão. Ser bom não necessariamente significa ser grande, cada pequena oportunidade de ganho de custos e aumento da satisfação do cliente será crítica.