Qual é o Estado da Arte da Intralogística?
Recentemente publiquei um artigo sobre os efeitos da escassez de mão de obra na intralogistica, onde os novos trabalhadores de movimentação e armazenagem de materiais não desejam sujeitar-se as tarefas 3K (que, em japonês, significam: sujas, perigosas e pesadas) e também os operarios mais experientes não querem continuar praticando as tarefas de carga/descarga de caminhões, carregar caixas para o estoque e abri-las para executar o picking fracionado de acordo com os pedidos, embalar e conferir as remessas a serem expedidas e por aí vai.
Em síntese, as tarefas de intralogística, tornaram-se um forte potencial a automação.
Assim, observa-se a tecnologia evoluir e solucionar estas questões.
Descrevo a seguir diversos meios e ferramentas que já estão sendo aplicadas em indústrias e centros de distribuição e que os expositores da INTRA-LOG estarão apresentando no Expo Center Norte em São Paulo, de 23 a 25 de setembro.
Apesar de muita inovação, nada foi descoberto ou criado sem uma base de conhecimentos que evoluiu nas últimas décadas.
A intralogistica é a nova forma de ver o clássico “material handling” (manuseio) dos norte americanos, enquanto “manutention” evoluiu para o “loger” (abastecer), em francês e vale destacar também o sistema Toyota de Produção que, nos anos 1990, motivou o pensamento Lean.
Partindo do todo, na Cadeia de Suprimentos ou Supply Chain, vemos uma integração cada vez maior dos sistemas de planejamento e gestão (ERP, TMS, WMS, WCS, MES…) proporcionando uma visibilidade de ponta a ponta, com o emprego de sensores, IoT, RFID, etiquetas inteligentes e dispositivos conectados para monitorar em tempo real inúmeras variáveis: temperatura, inventário, ocupação etc.
Comunicação ultrarápida e estável dos robos por meio de tecnologias de conectividade, sistemas de apoio à decisão avancados, com apoio da IA para otimização de recursos e processos. Veículos autônomos e drones para vencer os desafios da logística e que fazem interface com a intralogística.
Sistemas logísticos (inbound e outbound), gestao de fretes, devoluções, logística reversa/circular… Automação de processos de compras, programação, transporte, armazenagem, programação de entregas/docas… Armazéns automaticos com transelevadores, shuttles, empilhadeiras autônomas, conveyors e sorters inteligentes e paletes e unitizadores que evoluem a cada edição de nossos seminarios Robôs (manipuladores) com visão computacional, machine learning que evoluem também para humanoides.
IA analytics, gêmeos digitais e dashboards inteligentes aplicados em um ambiente de seguranca cibernética e operacional para uma gestao robusta da operação.
Sustentabilidade e eficiência energética, racionalização de embalagens e fluxos para reduzir a emissao de C02
Estes tópicos são apenas uma amostra do estado da arte da intralogística pelo mundo e que também se apresenta no Brasil.
Autor: Reinaldo A. Moura – Engenheiro industrial com mais de 50 anos de experiência, é fundador do Grupo IMAM (1979) e atual conselheiro. Pioneiro na introdução de conceitos como Intralogística, Kanban, 5S e Lean no Brasil, atuou em mais de 100 empresas com treinamento e assessoria. Diretor técnico das Missões de Estudo da IMAM ao Exterior, é também publisher da Revista LOGÍSTICA desde 1980, atual conselheiro da INTRA-LOG Expo & Fórum. Possui formação pela FEI e mestrado pela Poli-USP, além de ter lecionado em instituições como FEI, Mackenzie e Mauá. Autor de diversos livros.