Scrum VS PMI – Eis a Questão
O PMI – Project Management Institute ou Instituto de Gerenciamento de Projetos é a uma grande associação para profissionais do setor. Hoje conta com mais de 700.000 membros, profissionais certificados e voluntários em praticamente todos os países do mundo.
Por muitos anos foi o grande balizador dos profissionais de Gestão de Projetos no mundo todo, editando periodicamente o PMBOK – Project Management Body of Knowledge – que traz as melhores práticas de gestão de projetos. Nós, na IMAM Consultoria, por exemplo, utilizamos as metodologias do PMI desde a década de 90.
Porém, há alguns anos surgiu o SCRUM – Método Ágil para Gestão de Projetos, desenvolvido inicialmente para Projetos de Novos Produtos, a partir de um trabalho dos pesquisadores japoneses Hirotaka Takeuchi, reitor da Escola de Estratégia Corporativa Internacional na Universidade Hitotsubashi e Ikujiro Nokata professor emérito da Universidade Hitotsubashi que foi adaptado e popularizado por Jeff Sutherland e Ken Schwaber no best seler SCRUM a arte de fazer o dobro do trabalho na metade do tempo.
A princípio o SCRUM foi muito utilizado para Desenvolvimento de Softwares por sua grande aderência à este tipo de projeto, mas hoje temos aplicado em diversos segmentos e em vários ambientes e situações que demandam a Gestão de Projetos, tais como: Engenharia de Desenvolvimento, TI, Engenharia de Produto, Engenharia de Aplicações, Planejamento Estratégico, Planos Emergenciais, Implementações de Lean, entre outros.
Por sua simplicidade de uso e poucas regras, o SCRUM, palavra que tem sua origem no jogo de rugby, onde a bola é levada primeiro para trás para depois ser lançada para frente, vem pouco a pouco sendo utilizado por empresas de diversos segmentos. Temos utilizado até mesmo com equipes de diretores, para a gestão das estratégias corporativas.
ENGAJAMENTO
Assim, após implementarmos em diferentes projetos é incontestável que o SCRUM nos traz inúmeras vantagens, principalmente no engajamento da Equipe com os objetivos do Projeto, em função do método de envolvimento de todos na auto gestão do Projeto, tarefa que antes era executada apenas pelo Gerente do Projeto, que no SCRUM ganha a responsabilidade de remover os obstáculos, ou seja, suportar o trabalho da Equipe, ao invés de apenas cobrar resultados, como deve ser a famosa inversão da pirâmide organizacional.
Desta forma, é inevitável a comparação do modelo americano do PMI, muito bem estruturado, porém pesado e complexo em comparação com a simplicidade do modelo japonês SCRUM.
O MELHOR DOS 2 (DOIS) MUNDOS
Na minha modéstia opinião e de acordo com as nossas experiências dos últimos anos, temos que utilizar as melhores práticas de cada modelo, em função do tamanho, complexidade e grau de risco de cada projeto.
Por exemplo, uma das grandes polêmicas da implementação do SCRUM é quando temos que abandonar o velho e bom cronograma, já que pelo método ágil de gestão de projetos esta ferramenta é totalmente desnecessária, pois a gestão do tempo e atividades do projeto é feita através de um quadro com post its e um sistema de pontuação que pode ser desde 1 ponto para cada atividade ou através de pesos em função da complexidade de cada uma.
A equipe conhece todas as atividades a serem desenvolvidas (backlog) e através do controle de pontos de cada atividade realizada a cada sprint (ciclo de controle) é possível prevermos o tempo no qual iremos entregar o projeto todo.
Já encontramos casos, como na SCHMERSAL, por exemplo, na área de aplicações, no qual o uso do cronograma é uma exigência de alguns clientes que tem como padrão o modelo do PMI, fazendo com que até agora, tivéssemos que mantê-lo nesta situação.
Portanto, o ideal é que tenhamos o conhecimento dos dois modelos e procuremos tirar o máximo proveito das melhores práticas em nossos projetos, mas sempre nos perguntando se estes controles realmente agregam valor à Gestão do Projeto.
Como costumamos dizer, controles não agregam valor para nossos clientes, mas são “um mal necessário” na gestão das nossas Empresas e processos. Por isso devemos tomar muito cuidado na hora de definirmos como pretendemos controlar nossos Projetos, definindo controles simples e eficazes.