Custos de Serviços e Logísticos
O conhecimento e a gestão dos custos industriais representam uma vantagem competitiva importante para as organizações. Há muitos anos estes custos vem sendo estudados e aplicados com a finalidade de melhorarmos continuamente a competitividade e tomarmos decisões melhores.
Os custos dos serviços chegaram depois e esta importante categoria já representa 72,8% do nosso PIB, segundo site Valor Investe.
E quais são as principais diferenças entre custear produtos e serviços ? Vamos começar pelas enormes diferenças entre os dois processos:
- Os produtos são adquiridos prontos, ou seja, não existe nenhuma participação dos clientes no processo de fabricação, a não ser em alguns casos, definir ou configurar o produto que deseja comprar.
- A produção é realizada antes e o consumo/uso se dá após a compra.
- Os produtos são tangíveis, ou seja, podem ser vistos, tocados e até testados antes da compra e do consumo.
- Os produtos tem especificações claramente definidas e manuais de instrução.
E quais são as principais características dos serviços, o que muda em relação aos produtos ? Segundo Gianesi e Corrêa (1994, p. 32) e Padovese (2013, p. 6) os serviços contam com as seguintes características:
- Inseparabilidade – Os clientes (ou um bem de sua propriedade) participam do processo de produção – a produção e o consumo são simultâneos
- Intangibilidade – serviços são intangíveis (não podem ser vistos, provados, …)
- Variabilidade – Os serviços são altamente variáveis (dependem de quem executa, onde e quando,…)
- Perecibilidade – Os serviços não podem ser estocados e essa característica em momentos de sazonalidade ou variação brusca de demanda é desastrosa para o custo dos serviços.
Os modelos de custos mais utilizados, custeio por absorção, custeio direto, entre outros aplicam-se também aos serviços. Mas assim como no Custeio Industrial, o conhecimento do processo será fundamental, para definirmos o melhor modelo.
Uma grande diferença é o objeto de custo. Quando se trata de custear produtos, esta definição está pronta, por exemplo: o custo unitário, ou por embalagem, ou por kg, estará sempre na dependência do custo do produto. Ou seja o objeto de custo está bem definido.
Pense agora em uma universidade: Qual seria o objeto de custo mais conveniente: Custo por aluno ? Custo por turma ? Custo por aula ?
E em um Centro de Distribuição ? Custo por palete movimentado, custo por endereço ocupado, custo por palete recebido e expedido ? Veja que o objeto não parece mais tão óbvio.
E nesta hora o conhecimento do processo torna-se fundamental.
Quando descemos ao nível de detalhe, separamos os serviços por tipo:
Serviços baseados em pessoas, que podem ser divididos em Básicos (jardinagem, portaria, limpeza), Intermediários (encanadores, alimentação, …) e Avançados (advogados, contadores, consultores técnicos,…), mas que terão como principal driver o custo da mão de obra envolvida.
Serviços baseados em equipamentos, onde temos os Automatizados (lavagem automática, serviços de armazenagem automática, …), Monitorados I (cinemas, teatros, taxis, …) e Monitorados II (retroescavadeiras, aviões, caminhões, ….), onde os custos de manutenção, depreciação serão os principais drivers.
Estes drivers ajudarão a definirmos a estrutura técnica do custo daquele serviço, que será composta por: Materiais consumidos na prestação dos serviços, a mão de obra envolvida no processo de execução, os ativos (equipamentos e prédios) diretos utilizados, os serviços obtidos de terceiros, e a alocação dos custos indiretos.
Assim como na fabricação dos produtos, a gestão dos custos dos serviços será fundamental para a sobrevivência das organizações.