Agora, a Guerra
Mal acabamos de perceber uma certa estabilização dos negócios, com a melhora dos índices de contaminação gerados pela pandemia de Covid-19, surge outro desafio: a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Ainda é cedo para avaliar a dimensão e a extensão do impacto que pode ser gerado pela guerra e, é fato, que vários setores da economia, trabalharam excepcionalmente bem na busca por soluções para enfrentar as dificuldades causadas pelos 2 anos de pandemia.
Mas, e agora?
Preliminarmente, podemos avaliar dificuldades em âmbito internacional, nos seguintes aspectos, :
– Riscos Logísticos
Como já foi percebido durante a pandemia, a logística global é muito sensível e sofre impactos com mudanças repentinas.
Já podem ser percebidas alterações nas rotas dos voos comerciais (basta observar a circulação de voos na área do conflito) e dos transportes marítimos com outros eventuais desdobramentos, tais como: falta de contêineres, indisponibilidade de rotas, congestionamento em portos, etc. , geradas pelo conflito, com reflexo importante nos custos de transporte internacional e que trarão impactos na importação de produtos.
– Supervalorização de commodities
A Rússia e a Ucrânia, possuem grande oferta de petróleo, gás natural, aço e alumínio, além de deterem cerca de 30% de todo mercado mundial de trigo, 15% de milho, 35% da cevada e aproximadamente 50% de girassol (óleo, sementes e farelo) que são insumos importantes na produção de alimentos. Com o agravamento do conflito, poderá ocorrer uma redução na oferta de tais insumos e produtos e consequentemente aumento nos preços.
– Nova escassez de componentes eletrônicos
No ano passado, a falta de componentes eletrônicos impactou fortemente muitos setores industriais, em especial a indústria automobilística.
Tal fenômeno começava a desaparecer mas a guerra poderá causar a redução na disponibilidade de chips, condutores e semicondutores, trazendo novamente escassez para o mercado.
Para o mercado nacional, além do petróleo (combustíveis já tiveram seus preços majorados!) poderemos ter o impacto direto no mercado de fertilizantes (consumimos cerca de 32 milhões de toneladas anuais importados da Rússia) que trará reflexos na agricultura atingindo a cadeia de produção de grãos afetando também a criação de aves e suínos, além do eventual aumento das taxas de juros para conter a inflação, o que poderá acarretar forte impacto na recuperação do PIB. Enfim, grandes novos desafios para os profissionais da Cadeia de Suprimentos!