Transporte de Cargas: Entenda o Impacto dos Transportes no Meio Ambiente
Ultimamente recebemos muitas informações dispersas sobre o “impacto dos transportes no meio ambiente”, porém contaminadas por aspectos políticos e ideológicos e podemos citar de um lado os imediatistas que desejam o transporte independente dos danos que possam causar e do outro os ambientalistas que idealizam um mundo “livre” de poluentes (dióxido de carbono/CO2, óxidos de enxofre /SOx, etc.) que podem atenuar o efeito estufa e o consequente aquecimento global, sendo os mais importantes:
Para tentar esclarecer os dilemas vamos dividir e assunto em três aspectos, a seguir:
1- Desenvolvimento tecnológico das fontes de geração de potência: Este é um aspecto importante e tem desenvolvido com razoável velocidade com diversas frentes relacionadas principalmente a motorização e os correspondentes combustíveis:
- Fósseis – diesel, gasolina, GNV (gás natural veicular) que é o menos poluente, sendo que os dois primeiros são ainda os mais utilizados (normalmente o primeiro em veículos pesados e o segundo em veículos leves) e poluentes e que nos últimos anos passaram por evolução: o diesel S10 e a gasolina com até 27% de adição de etanol (1);
- Biocombustíveis, são os chamados combustíveis de origem vegetal e consequentemente renováveis – biodiesel é de origem vegetal e até 2026 deverá corresponder a 15% da mistura com o diesel comum, e o etanol que corresponde a até 27% da mistura com a gasolina comum (1);
- Hidrogênio – pode ser obtido a partir de combustíveis fósseis / gás natural (H Azul) ou através da eletrólise (H Verde) com a ressalva que a energia inicial deve vir de fontes renováveis;
- Sintéticos – resultado de “transformação química”, que podem ser produzidos a partir de carvão mineral, pneus usados, resíduos agrícolas e óleos vegetais e menos poluentes que os combustíveis fosseis e ainda estão em fase de desenvolvimento;
- Elétricos – dependem da energia gerada a partir de bateria, sendo a mais utilizada atualmente é a de Lítio (Li) que ainda depende de desenvolvimento em relação a: potência, peso, dimensões, tempo de carregamento e duração.
2- Os Modais: Este é um aspecto, talvez o mais importante, porém deve ser analisado em conjunto com as fontes de geração de potência (item 1):
- TRC (transporte rodoviário de carga) – é bom para deslocamentos de até 400km a 600km e representa ~60,0% do total transportado em TKU (tonelada x quilômetro útil), com emissão de 102,2 gCO2/TKU (~R$240,0/t);
- Ferroviário – é bom para deslocamentos maiores que 700km e representa ~24,0% do total transportado em TKU, com emissão de 23,3 gCO2/TKU (~R$80,0/t);
- Cabotagem – é bom para deslocamentos maiores que 900km e representa ~13,0% do total transportado em TKU, com emissão de 20,0 gCO2/TKU (~R$60,0/t);
- Demais modais – gasoduto é de uso muito específico e gera poucas emissões e o aéreo, que gera emissões elevadas, mas pontuais, no espaço aéreo.
Nota: Não foi tratado o tema da poluição nos grandes centros urbanos, pois o maior impacto é gerado por veículos leves de passeio e transporte coletivo de passageiros.
Conclusão:
Em função do que foi exposto cima podemos depreender que:
- É fundamental continuar, incentivar e acelerar o desenvolvimento tecnológico das fontes de geração de potência (item 1) para possibilitar a transição para fontes menos poluentes;
- Ao analisarmos a relação entre a taxa de emissão de CO2 (g/TKU) e custo (R$/t) fica evidente a importância que para distâncias maiores que 400km a 600km deve-se acelerar a transição para os modais ferroviário e cabotagem, para além de reduzir as emissões de poluentes também aumentar a eficiência dos transportes, principalmente para produtos de baixo valor agregado;
- E finalmente temos que contar com a definição e implantação de políticas governamentais estruturantes para a transição dos modais.
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