Globalização Sob Ameaça?
Por: Reinaldo Moura e Marcos Verza
Muitas promessas de Donald Trump, em seu primeiro mandato como presidente dos Estados Unidos, não passaram de ameaças, mas agora, com mais força institucional, as promessas começam a se materializar. Por exemplo, ele anunciou no domingo (9) a implementação de tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para o país. A medida, que entrou em vigor a partir da segunda-feira (10), representa uma mudança na estratégia comercial do governo americano e pode ter impactos significativos na economia global.
A grande mudança aqui é que o presidente americano tipicamente anunciava aumentos de tarifas contra países inteiros. Agora ele começa a adotar tarifas para tentar proteger determinados setores da economia americana.
A medida visa proteger os produtores de aço e alumínio dos Estados Unidos, que têm reclamado do alto nível de importação desses produtos.
No entanto, essa decisão pode ter algumas consequências internas e externas:
Aumento de preços nos EUA: Indústrias de transformação que utilizam aço e alumínio podem enfrentar custos mais elevados, potencialmente levando a um aumento da inflação.
Impacto nos parceiros comerciais: Países exportadores, como Brasil, Canadá e México, podem ser significativamente afetados, forçando-os a buscar negociações ou medidas retaliatórias.
No longo prazo, uma potencial consequência é que estes países exportadores deixarão de possuir suas empresas globais onde exportam os principais produtos para o EUA, e irão se instalar nos EUA, criando várias plantas pelo globo (uma delas dentro dos EUA para se tornar competitiva dentro do principal mercado que é o americano)
O governo brasileiro terá que decidir como reagir a essas tarifas. As opções incluem aumentar tarifas sobre produtos americanos, como sugerido pelo presidente Lula, ou buscar outras alternativas diplomáticas e comerciais.
O Brasil, por exemplo, pode considerar aplicar tarifas em produtos específicos que causem impacto nos EUA, mas com menor efeito no mercado interno brasileiro, como forma de forçar negociações.
O cenário que se desenha é preocupante para a economia global.
A escalada de medidas protecionistas pode levar a uma série de retaliações e contra-retaliações, afetando o comércio internacional e potencialmente desacelerando o crescimento econômico mundial.
Conclusão:
Todas estas questões mostram que, apesar de Trump e os Estados Unidos representarem uma grande força e “ameaça” global, o mundo continua se movimentando…
O leitor já deve ter ouvido falar sobre ‘’Strategic Sourcing”, em que uma das estratégias nada mais é do que a decisão de “make or buy” para itens estratégicos.
Com esse cenário de tarifas maiores, os novos custos da cadeia produtiva farão as empresas recalcularem os seus “business cases” e muitas decisões poderão seguir caminhos diferentes.
Para itens não estratégicos mas com criticidade de obtenção por conta de importação, como por exemplo semi condutores, uma possível estratégia seria aumento de estoques de segurança, desde que os custos não sejam proibitivos.
Tudo isto ainda depende da definição de alíquotas que serão impostas em breve.
Saiba mais, participando de nossa abordagem Strategic Sourcing em consultoria e aperfeiçoamento profissional.