Intralogística e Automação
Investimento preventivo?
Faz sentido realizar um investimento “menor” no curto prazo a fim de evitar gastos ou investimentos muito “maiores” no médio e longo prazo? Obviamente que o “menor” e o “maior” são relativos à cada empresa ou projeto, mas vale compreender este conceito que está fazendo muitas empresas avançarem nos últimos anos.
Existem até hoje muitas culturas corporativas apoiadas ainda no baixo investimento em “PLANEJAMENTO”, não apenas por falta de tempo para planejar, mas principalmente em função do sucesso obtido ao longo de sua história, no que diz respeito a “EXECUÇÃO”.
O desafio destas empresas têm aumentado cada vez mais a partir do momento que observam concorrentes obtendo melhores resultados hoje, por meio de investimentos que realizaram no “passado”. Que tal denominar de investimentos preventivos?
Apesar de óbvio, investir em planejamento na busca da excelência na execução não é tão simples de aplicar (o PDCA que dá lugar ao pDCA). Muitas empresas consolidaram suas culturas organizacionais baseada no sucesso da marca, do produto e até mesmo da qualidade e da eficiência operacional etc., mas nunca se tornou um hábito o investimento em planejamento. E é por isso que agora, apesar de possível, não é tão simples alterar este tipo de cultura.
Ao longo dos últimos anos, em análises realizadas pelo Instituto IMAM, sejam por meio de projetos de gestão competitiva, planejamento operacional ou mesmo em treinamentos, são muitos desafios que as empresas vivenciam atualmente pela falta de planejamento (investimento preventivo). Veja se reconhece alguns deles:
1- Operações e equipamentos “sucateados”, que mostram a falta de preocupação com investimentos em manutenção preventiva;
2- Baixa qualificação da mão-de-obra operacional, seja por falta de capacitação ou ainda pela dificuldade de retenção de talentos;
3- Planejamentos de Capex (capital expenditure) muito rápidos, intuitivos e geralmente pobres em dados e informações relevantes;
4- Atraso tecnológico nas operações, não apenas pelo distanciamento das melhores práticas, mas também por acreditar que soluções “simples” sempre são melhores;
E por aí vai…
E na Intralogística e Automação?
Investimentos preventivos demandam ações passadas para se obter resultados no médio e longo prazo (presente e futuro) e por isso, se alguns destes investimentos a seguir não fizeram parte do passado de sua empresa, sempre é tempo de investir no presente para assegurar melhores resultados futuros. Por exemplo, verifique se estes investimentos preventivos, na intralogística e automação, já fizeram parte da realidade de sua operação:
1- Sistemas de Previsão de Demanda: ferramentas de análise de dados para prever a demanda futura, otimizando os níveis de estoque e evitando tanto a falta quanto o excesso de produtos nos diferentes pontos da cadeia de suprimentos;
2- Manutenção preventiva e preditiva de equipamentos: Inspeções regulares, verificação de componentes de equipamentos de intralogística e automação, para se antecipar e evitar quebras e acidentes;
3- Redundância de Sistemas Críticos: sistemas de backup ou redundantes para componentes essenciais da intralogística e automação. Em caso de falha do sistema primário, o sistema redundante assume automaticamente, garantindo a continuidade das operações.
4- Tecnologia de conectividade: sensores, IoT (Internet das Coisas) para coleta e análise de dados, visando monitorar o desempenho de diferentes equipamentos (ex.: transportadores contínuos, AS/RS, robôs, sistemas de picking e embalagem etc.);
5- Simulação Operacional: softwares de simulação para testar novas configurações de intralogística e automação, identificando possíveis gargalos ou falhas de integração sempre antes da operação real,m reduzindo assim os riscos de problemas e otimizando o desempenho dos sistemas;
6- Datalake e inteligência artificial: a qualidade e a disponibilidade de informações que permite identificar padrões e prever falhas antes que ocorram, possibilitando a antecipação de ações que evitam paradas não planejadas;
7- Monitoramento e rastreamento: implementação de sistemas de geolocalização em embalagens, veículos, pessoas e carga em tempo real, a fim de prevenir distúrbios na cadeia de suprimentos: perdas, roubos e atrasos;
8- Design de embalagens: investimento em materiais de embalagem de qualidade e em técnicas de acondicionamento que protejam os produtos durante a movimentação, transporte e armazenagem na cadeia de suprimentos, evitando danos e perdas;
9- Sistema de gerenciamento de armazém (WMS): a inteligência que avança ao longo do tempo e que otimiza as operações de intralogística, integrada com os sistemas de gestão de estoques (Inventory Management) e com os WCS (Sistemas de controle de armazéns) de sistemas automatizados;
10- Sistemas de gerenciamento de transportes (TMS): inteligência com diferentes funcionalidades na gestão de transportes e que planejam rotas de entrega mais eficientes, tempos de viagem etc., impactando também nas operações de intralogística;
11- Treinamento e capacitação operacional: quanto tempo e esforço demanda para se desenvolver e ou reter talentos operacionais com novas competências de intralogística e automação?
12- Cultura organizacional: como estabelecer uma cultura baseada em excelência operacional (ex: lean), qualidade (ex.: nível de serviço), competitividade (ex.: tecnologia), segurança e bem-estar e responsabilidade (ambiental, social e corporativa)?
Já dá para perceber que estes tipos de investimentos não são realizados apenas com muito capital e tampouco com um “estalar de dedos”, como se fazia no passado, nas implementações de novos armazéns ou centros de distribuição… demandam hoje, muitas vezes, um redesenho ou a reconstrução de todo um modelo de negócio, que também está integrado no “P” de PLANEJAMENTO.
Investimentos Inteligentes na Intralogística e Automação
Ao denominar investimentos inteligentes, se pressupõe a existência de investimentos não inteligentes…
Hoje, quando se observa no mercado grandes investimentos em intralogística e automação, conhecendo-se a cultura corporativa, já se sabe se os mesmos serão investimentos preventivos, na busca da excelência operacional e no melhor nível de serviço ou se os mesmos serão apenas investimentos “corretivos”, geralmente feitos sem muito planejamento, na tentativa um tanto quanto desesperada de tentar algum “apagar incêndio” ou se aproximar da concorrência.
Observe que, na intralogística e automação, os principais líderes do mercado já investiram na estruturação de suas próprias áreas e profissionais com ênfase nas competências chaves (ex.: tecnologia, automação etc.), pois já perceberam que aquilo que não fazia parte de seu “core business” no passado, hoje, pode ser um importante diferencial competitivo.
Impacto sistêmico
A intralogística e a automação, apesar de não ser uma área tão abrangente quanto a logística e a supply chain, impacta direta e amplamente nestas duas grandes áreas de negócio e estão totalmente integradas.
Empresas que investiram adequadamente no passado no planejamento da intralogística e automação possuem atualmente uma estrutura robusta, mas muitas vezes menor do que seria necessário caso não realizassem os investimentos preventivos. Isso as tornaram mais competitivas em atender, com o menor custo, as demandas de seus clientes.
Assim, independente do setor que você atua, pense a respeito sobre quanto vale o investimento preventivo e se a intralogística e automação podem fazer diferença.
E para aqueles que desejam avançar nesta área… programem-se para visitar o maior evento do setor de intralogística e automação da América do Sul, a INTRA-LOG South America, que acontecerá de 23 a 25 de Setembro, no pavilhão amarelo do Expo Center Norte.
Credencie-se aqui: INTRA-LOG EXPO SOUTH AMERICA