Omnichannel… Distribuição Criativa
Você já parou para pensar na complexidade que se tornou a distribuição e de como você pode se tornar mais competitivo que os seus concorrentes? Se você vende algum produto ou serviço, está na hora de compreender os inúmeros caminhos que se abrem na medida que as empresas definem suas estratégias. Assim como em um jogo de xadrez, a cada jogada abre-se um universo de possibilidades que deveriam ser planejadas estratégica e criativamente.
Vamos lá… pense na cadeia de suprimentos… pense nos inúmeros recursos de transporte, onde um motorista e um caminhão formam apenas uma das infinitas combinações que fazem o produto sair de sua origem e chegar ao seu destino… pense também nos milhares de recursos de armazenagem que permite que a distribuição se pulverize em operações mais próximas e alinhadas às expectativas dos consumidores.
Amazon e Uber foram certamente grandes aceleradoras de mudanças que vivenciamos atualmente. Enquanto a Amazon mostrava que a experiência do cliente implicava em uma revisão dos modelos de distribuição, com melhor eficiência e transparência de relações, a Uber acelerou a “economia gig” na mobilidade. Mas o mercado não parou aí… se inspirou e hoje, a velocidade, comodidade, conveniência e outros atributos viraram referências de serviço ao cliente e, desta forma, uma série de “novos” modelos de distribuição ganharam espaço e se viabilizaram técnica e economicamente.
Modelos de distribuição criativos, não são necessariamente novos. O desafio é: qual melhor combinação de estratégias na distribuição?
– “Mini hubs” (mini CDs) em lojas que trabalham com moradores da região para fazer entregas por meio de aplicativos;
– “Dark Store” ou depósitos “escura”, não aberta ao público e que opera como um CD para atender o e-commerce em regiões com bons acessos viários, longe de áreas “caras” e que estão preparadas para coletas;
– Postos de combustíveis que possuem “lockers” (armários inteligentes) e que estão diretamente ligadas ao cliente que retira sua compra por meio de aplicativos;
– “Vendor Machine” dos mais diversos tipos e equipamentos automatizados de estocagem e separação que podem se viabilizar em locais “caros”;
– Lojas de conveniência e/ou pequenos negócios que podem absorver operações de distribuição para agregar valor…
Com criatividade, é fácil conceber centenas de possíveis combinações estratégicas, cada uma se desdobrando em processos operacionais absolutamente distintos.
Vamos testar todos os modelos? Essa é a estratégia daqueles que não apreciam muito planejamento e preferem seguir o método da tentativa e erro. O problema desta estratégia é o elevado investimento. O ideal é planejar estratégias baseadas inicialmente em uma base de conhecimentos gerada a partir de informações de mercado (internas e externas) e que serão úteis na simulação de cada cenário, antes de se colocar em operação.
Estas estratégias avançadas não são para a nossa empresa! Outra abordagem errada, que ignora o potencial do planejamento criativo, pois sempre existe um modelo simples e possível de ser implementado a fim de apenas se diferenciar do concorrente e ganhar vantagem competitiva.
Invista em Planejamento Criativo da Distribuição
– Analise o perfil da demanda atual… mas não se esqueça da demanda potencial (o que não se vende pode ser mais determinante);
– Analise a operação manual… mas não deixe de considerar a automatizada;
– Analise a distribuição com caminhões… mas lembre-se da bicicleta, da moto, do carro, da caminhada, do ônibus…;
– Analise o layout da loja com clientes… mas como ficará o layout da loja sem clientes que funciona apenas como CD?
– Analise os fluxos de papéis… mas considere o uso da tecnologia;
– Analise as soluções em planilhas… mas não descarte as soluções especialistas.
Enfim, o investimento em planejamento e inversamente proporcional ao investimento em infraestrutura para atender os desafios do omnichannel e muitas vezes um dos caminhos mais adequados para viabilizar soluções criativas e inovadoras.
O planejamento Omnichannel passa por alguns pontos críticos, tais como:
1. Big Data e Data Analytics – colete e conecte dados históricos dos clientes (consultas, compras etc,), seus comportamentos, informações demográficas, afinidades de produto (categorias) e “fale com dados”.
2. Personalização – compreenda seu cliente e personalize cada ponto de contato (sites, dispositivos, locais físicos etc.) de acordo com suas expectativas;
3. Fulfillment – planeje a integração de canais “off-line” e “on-line” para viabilizar a conveniência no atendimento (atenção: conveniência para você pode não ser para o seu cliente);
4. Criatividade – invista em tempo para analisar todas as possibilidades e soluções disponíveis e/ou não disponíveis que podem impactar o seu desempenho no “jogo”.
“Bons jogadores de xadrez antecipam pelo menos 5 jogadas, ótimos jogadores, 10, campeões mundiais, 15. Adicione a isto criatividade mais tecnologia e siga em frente na continua busca da excelência”. Eduardo Banzato