Projeto de Localização
Antes de iniciar o tema localização física, vale a pena apresentar alguns aspectos básicos do planejamento de um armazém. A situação, ao se planejar um armazém, naturalmente varia de acordo com o ramo do negócio e com a função do armazém na cadeia logística, entre outros fatores importantes.
Localização
Ingressaremos agora na análise da localização física de um armazém. Como vimos, precisamos ter definidas algumas premissas logísticas para iniciar a análise de localização física. Estas premissas são resultantes da análise da cadeia logística da empresa, bem como da análise da função da armazenagem nesta cadeia. Pode-se citar, como exemplo, uma empresa que tem a intenção de atender a 100% de seus clientes espalhados por todo o território brasileiro, em menos de 8 horas, e que não pode localizar todo o seu estoque em um ponto central, visto que não teria infra-estrutura de distribuição física (aérea, rodoviária, ferroviária, hidroviária, etc.) que possibilite esta estratégia de atendimento ao cliente.
Porém, é possível variar as premissas logísticas, como:
? Em vez de atender 100% dos clientes em menos de 8 horas, atender 95%;
? Desenvolver armazéns descentralizados, ao invés de centralizados;
? Utilizar outros canais de distribuição;
? Meios de transporte alternativos, entre outras infinitas oportunidades.
Desta forma, à medida que se questiona as premissas (e isto não é só comum nos dias de hoje, como é necessário para sobreviver neste cenário globalizado), abre-se novas alternativas de localizações físicas que podem se viabilizar. Assim sendo, a localização física deve estar sendo constantemente avaliada através de uma administração logística que acompanhe parâmetros/indicadores logísticos e que mostrem a variação quantitativa e qualitativa (detalhada a seguir) da atual localização física do armazém em questão, possibilitando justificar um investimento e o melhor momento para uma mudança física ou uma simples localização.
Macrolocalização e microlocalização
Pode-se subdividir a análise de localização em duas partes: a macrolocalização, que considera parâmetros para definição da melhor região geográfica (estado e cidade), e a microlocalização, que avalia parâmetros mais específicos daquela região e possibilita uma melhor escolha do local (bairro, distrito industrial e terreno), ou seja, o sítio específico onde se deve localizar o armazém.
Parâmetros quantitativos na localização física
Os parâmetros quantitativos para localização física, que consideram custos e investimentos, precisam ser avaliados, porém não devem ser os únicos a serem considerados na tomada de decisão. Algumas considerações sobre os parâmetros quantitativos são feitas a seguir:
– Importantes para que a gerência e/ou direção avaliem a viabilidade econômica de um projeto/investimento;
– Consideram todos os possíveis custos logísticos (vide figura 2.9);
– Deve-se considerar todos os fatores tangíveis que podem ser mensurados;
– A tomada de decisão é subsidiada por Indicadores de Retorno sobre Investimento;
– Não utilizar somente dados de “feeling” (“achologia”);
– Ir atrás das informações quantitativas.
Técnicas de localização
Método do centro de gravidade ou centro de carga:
Este método, conhecido como Método de Keefer, nome do seu criador, pode ser ilustrado visualmente, imaginando-se uma chapa de madeira compensada, como modelo de uma área a ser servida, dotada de pequenos buracos na localização de cada cliente ou ponto de fornecimento e com um barbante passando através de cada buraco, com um nó na ponta, e pesos pendurados, na proporção da tonelagem adquirida anualmente por usuário. Procura-se, então, o ponto onde este modelo possa ser balanceado uniformemente sobre a ponta de uma vara. Obviamente, isso só funciona corretamente se o peso da madeira compensada for mínimo e não influenciar o ponto de equilíbrio.
Método do centro de carga por km
Um modelo visual, ilustrando o centro de carga/km, pode ser obtido construindo-se mais um modelo, em chapa compensada, da área a ser servida. Mas, desta vez, a montagem deve ser feita localizando-se, em cada usuário, um barbante e unindo todas as pontas em um único e pequeno círculo. Este responderá às trações, movendo-se para a posição neutra que é, de fato, o centro de carga/km (ver figura 2.11). É possível, se necessário, aprimorar o centro de carga/km, uniformemente, com mais distância, levando em conta o custo de transporte por tonelada e a distância, mas também com o tempo, produzindo o centro de tempo e carga/km.
? Muitas vezes são considerados mais importantes que os fatores quantitativos;
? Devem ser utilizados como mais um subsídio para a tomada de decisão.
Não é nossa intenção esgotar todos os parâmetros quantitativos e qualitativos nesta matéria, visto que são milhares de parâmetros que devem ser avaliados em função do negócio da empresa.