Custos x Nível de Serviço no TRC
Nos dois artigos anteriores destacamos os custos no transporte rodoviário de cargas (TRC), pois além de ser o modal mais utilizado no Brasil normalmente Representa um dos maiores custos logísticos das empresas. Nesse contexto é normal que exista sempre a pressão para a sua redução. Aproveitamos para comentar sobre custos fixos e variáveis, frota própria ou terceirizada, tipos de contratação, carga fechada (lotação) ou fracionada, entre outros fatores que incorrem sobre
os custos, e não citamos o nível de serviço porque não era o foco naquele momento. Entretanto, atenção: nunca deixe de levar em consideração o balanceamento entre o custo e o nível de serviço, pois na vida real temos visto inúmeros casos em que o embarcador (contratante do transporte) cai numa armadilha e tenta reduzir os custos com a substituição de empresas de transporte, e o resultado é que acaba por reduzir de forma tão acentuada o nível de serviço que é obrigado a encontrar novas empresas, ou recontratar as anteriores. Aí sim que vem a pior parte: em muitos casos a retomada para melhorar, ou no mínimo, retomar o nível de serviço, acaba por gerar um custo maior que o anterior. Equacionando Vamos detalhar para melhorar o entendimento:
• Custo (C) é a soma de todos os custos ligados direta ou indiretamente ao transporte, com base em um plano de contas estruturado (normalmente comparado ao valor da carga transportada e indicado em percentagem);
• Nível de serviço (NS) é a relação entre as solicitações e entregas atendidas corretamente (qualidade, prazo, etc) comparada ao total (normalmente indicada em percentagem);
• Objetivo: manter o equilíbrio entre custos e nível de serviço para se obter uma vantagem competitiva efetiva e duradoura.
Nível de serviço
Em seguida apresento alguns indicadores que devem ser considerados para a avaliação do nível de serviço no TRC:
• Desempenho da coleta: percentual de coletas pontuais em relação ao total;
• Entrega em tempo: percentual de entregas pontuais em relação ao total;
• Reclamações: percentual de reclamações em relação ao total de operações, independente do motivo;
• Acuracidade do faturamento: percentual dos faturamentos corretos em relação ao total;
• Treinamento: percentual sobre o total de horas e separado por tipo, frequência, e nível de importância;
• TI: disponibilidade para apoio das operações e atendimento a clientes;
• Site interativo: disponibilizar todas informações desde o embarque, trânsito/rastreamento, entrega, etc;
• Gerenciamento das contas de clientes: com quem falar para avaliar as falhas no serviço e corrigir o problema de modo que não seja recorrente. As informações devem estar sempre disponíveis de forma rápida e sobre qualquer questão;
• Comunicação: nível de interesse que a transportadora tem em entregar um serviço de qualidade – comunicação com clientes é essencial;
• Responsividade: linha de comunicação aberta e orientada aos resultados;
• Outros indicadores: devem ser desenvolvidos de acordo com as necessidades específicas de cada operação.
Conclusão
Ressaltando o que foi comentado acima, devemos tomar muito cuidado quando tentamos adotar soluções isoladas para a redução de custos sem avaliar os níveis e serviço adequados para cada operação.