Desenvolvendo Um Adequado Sistema de Recebimento e Expedição
Em todos os armazéns, o espaço é recurso primordial. Como resultado, os gerentes de armazém estão continuamente procurando meios de melhorar a utilização do espaço em suas instalações. Os cálculos de espaço ajudarão a determinar a configurações mais efetivas na mínima quantidade de espaço do armazém.
Nos concentraremos principalmente no espaço de operação do armazém. Esse é o espaço dedicado ao recebimento, estocagem, processamento de pedidos e expedição de produtos. Existem muitas combinações possíveis de produtos, equipamentos e sistemas de operação, fornecemos algumas diretrizes básicas para auxiliar o projetista do sistema a determinar a melhor combinação possível de produtos, equipamentos e sistemas de operação. Incluímos tabelas e diagramas que deverão ser de conhecimento de um gerente de armazém para tomada de decisões.
Espaço de recebimento e expedição
Uma parte substancial das operações do armazém está concentrada nas áreas de recebimento e expedição, ou na área da doca. A falha em planejar cuidadosamente as necessidades de expedição e recebimento de sua instalação pode resultar em áreas inadequadamente dimensionadas, futuras renovações onerosas e problemas com o equipamento. Muito importante é que pode lhe custar indenizações por atraso de transportadoras e impedir uma eficiente operação de expedição e recebimento.
Projetar as necessidades de recebimento e expedição
As operações de recebimento/expedição devemos ser projetadas para estimativas de pico de carga do ano de projeto. O previsto de projeto pode ser de 5 a 7 anos. Estimativas do ano de projeto são freqüentemente calculadas utilizando dados históricos. As necessidades do ano de projeto são expressas em tempos de:
– Freqüência esperada de recebimentos e embarques;
– Número de caminhões;
– Horários de chegada;
– Horários de carga e descarga;
– Volume por linha de produto;
– Volume por meio de transporte;
Outras questões a serem respondidas são:
– Qual é a quantidade e localização dos fornecedores que despacharão para a instalação?
– Quais transportadoras entregarão/farão coleta?
– Quais meios de transporte serão usados?
– Qual é o volume em metros cúbicos e a dimensão normal dos embarques em metros cúbicos para cada fornecedor/destinatário?
– As cargas são unitizadas ou empilhadas manualmente?
Projeto da doca
O projeto da área da doca, inclui os seguintes passos importantes:
1. Determinar a localização adequada das docas;
2. Determinar a quantidade e dimensão das portas de doca necessárias, e
3. Equipamentos essenciais para as operações na doca.
1. Determinação da localização adequada das docas
Dependendo do layout da instalação, as portas das docas de recebimento e expedição podem ser na mesma área num fluxo de materias em “U” ou áreas ou diferentes do armazém, num fluxo de materiais em “L” ou “I”. A figura ilustra estes diferentes modelos de fluxo. As portas de recebimento e expedição localizadas uma próxima da outra permitem mais flexibilidade para utilização da doca, promovem capacidade de docas cruzadas mais rápida e permitem consolidação da função de supervisão para as duas operações. Além disso, pode ser necessário menos espaço geral. Inversamente, a separação pode melhorar a segurança e reduzir o congestionamento.
Recebimento
Em alguns casos, as restrições de espaço podem ser o fator determinante na decisão de onde localizar as docas. Contudo, quando existe uma quantidade de opções possíveis, existem outros fatores práticos que deveriam ser considerados.
– É mais seguro e mais rápido os veículos se aproximarem das docas no sentido anti-horário. Nesta direção, o motorista pode observar pela janela lateral ao dar ré. Por esses mesmos motivos, a distância entre os centros dessas portas deverá ser no mínimo de 3,8m. A distância real entre as portas pode ser maior, dependendo de outros fatores com o espaçamento das colunas do prédio, entre outros.
– Deve existir um espaço de manobra suficiente e uma área de espera para caminhões em relação às portas da docas. Para armazéns de portas com 3,8 m onde os caminhões se aproximam no sentido anti-horário, o espaço de manobra deverá ser de aproximadamente duas vezes o comprimento do veículo mais longo mais um adicional de 1,5 m como margem de segurança. Conforme a distância entre as portas aumenta, o espaço de manobra pode ser reduzido. Para tráfego em dois sentidos, as vias deverão ter 7 m de largura. Para vias com mão única, a largura mínima deverá ser de 4 m. Portões e entradas para rodovias deverão ter pelo menos 9,2 m de largura para trânsito em mão dupla e pelo menos 6 m para mão única.
– Conhecer alguma coisa sobre a geografia da área onde você planeja localizar sua instalação também pode ser de grande valor. Numa área íngreme, sua doca pode exigir equipamento especial. É preferível ter uma aproximação nivelada até as docas, mas se uma inclinação for inevitável, você precisará prever pára-choques, seladores e abrigos para acomodar o ângulo de aproximação do caminhão. Se possível, as portas não deverão ter a face voltada para ventos predominantes. Uma consideração relacionada importante é a natureza dos negócios da vizinhança. Por exemplo, se existem incineradores ou grandes áreas de disposição de resíduos em propriedades das vizinhanças e vocês planejam deixar as portas da doca abertas, considere a localização das portas no lado oposto do seu prédio para evitar fumaça, fumos insetos ou outros objetos indesejáveis.
2. Quantidade e dimensão das portas de docas necessárias
O conhecimento das necessidades da doca de sua operação é essencial para determinar o número de portas que sua instalação exigirá. É importante conhecer os modelos de chegada e saída de caminhões, o intervalo de tempo que se leva para carregar e descarregar os caminhões e o número total de paletes a ser movimentado num dia normal.
Por exemplo, se a empresa XYZ espera até 20 carretas para um trabalho de 8 horas por dia e cada carreta gasta em média 3 horas e 30 minutos na instalação, uma porta pode ser utilizada apenas duas vezes por dia. Portanto, seria necessário um mínimo de 10 portas. Esse exemplo ilustra um dos métodos mais simples de cálculo da necessidade de portas na docas. Outras fórmulas muito mais complexas e mais exatas podem ser utilizadas quando existem mais informações detalhadas disponíveis.
Largura da porta. Você deverá conhecer a dimensão dos caminhões previstos na instalação quando planejar a altura das docas e dimensão das portas. Muitas carretas normalmente em uso possuem 2,4 m de largura, mas algumas construídas hoje chegam a 2,6 m. Carregar e descarregar paletes pela traseira de uma carreta de 2,6 m. pode ser difícil quando a carreta se encosta a uma porta com largura de 2,4 m. As portas devem ter largura suficiente para acomodarem ambas as dimensões de carretas. Normalmente recomenda-se portas com largura de 2,75 m. Essas permitem que carretas com 2,6 m de largura encostem com alguma margem de erro.
Altura da porta. A altura máxima permissível nas rodovias interestaduais é de 4,1 m, embora alguns estados permitam alturas maiores em estradas locais. Docas na altura padrão de 1,2 m e as portas com pelo menos 2,9 m de altura permitirão total acesso da carreta. Embora muitas carretas tenham alturas entre 1,2 m e 1,32 m do piso, novos perfis permitem que carretas com maior volume permaneçam na faixa de 0,9 m e até 0,76 do piso.
Existem dois métodos para permitir que veículos do armazém entrem numa carreta mais baixa que a doca.
O enfoque mais comum é colocar a doca no nível da carreta utilizando um nivelador de doca. Contudo, num nivelador de doca que possa compensar uma diferença de 0,3 m a 0,45 m na doca, e altura do veículo, deveria ter pelo menos 3 m de comprimento. Outro acessório, chamado dual dock, também lhe permite baixar o veículo ao nível da plataforma da carreta.
O outro enfoque é elevar a carreta ao nível da doca. Rampas portáteis são uma possibilidade, mas um método mais seguro, mais flexível e cada vez mais popular é um nivelador de carreta, o qual eleva a carreta até o nível da doca.
A doca deverá ser mantida livre de material. Pelo menos de 4,5 m a 12 m de espaço livre das portas deverá ser previsto para espera. Um corredor principal entre o espaço livre da doca e a área de espera deverá estar no plano.
Aprenda mais no Blog da IMAM:
- Empilhadeira Logística;
- Informação: A Chave dos Sistemas de Gerenciamento de Armazéns (WMS);
- A Gestão da Sua Empresa é Competitiva?.
3. Outras necessidades do equipamento de doca
Existem vários tipos de equipamentos usados para movimentar material na área da doca. A seguir, algumas considerações para equipamentos de doca:
– Empilhadeiras deverão estar equipadas com cinto de segurança, alarme de marcha à ré, buzina, proteção sobre a cabeça do operador, indicadores de direção e um extintor de incêndio a bordo. Os motoristas devem ser selecionados e treinados para garantirem práticas de direção segura.
– O trânsito de pedestres deverá ser restrito na área da doca com um corredor claramente demarcado. Protetores laterais deverão definir o corredor de pedestres. Espelhos convexos deverão ser instalados nos pontos necessários de cruzamentos.
– Sistemas de travamento do veículo deverão ser instalados nas portas da doca de forma a garantir que não ocorram deslocamentos acidentais da carreta enquanto esta está sendo atendida. Amortecedores de roda atendem esse propósito e são baratos, mas não são tão confiáveis quantos os dispositivos de travamento da carreta. Esses travamentos podem ser simples dispositivos mecânicos até sofisticados sistemas eletrônicos com luzes de alerta acopladas para o pessoal da doca e motoristas. Devem ser efetivos em todas as condições de tempo. O pessoal da doca deverá ser treinado para verificar visualmente se os travamentos sempre estão engatados.
– Se forem utilizados travamentos na roda, os motoristas são responsáveis por colocá-los e os funcionários da doca devem verificá-los.
– Deverão ser escolhidos niveladores de doca que ofereçam uma ligeira inclinação para carretas de todas as alturas. Deverão ser capazes de atender carretas de 2,6 m de largura. A capacidade do nivelador deve ser adequada para aceitar todos os pesos de carga. Os niveladores de doca deverão possuir as seguintes características de segurança: proteção para os pés em toda extensão, proteção contra queda da rampa, reciclagem automática, parada de segurança, aba de segurança.
– Iluminação adequada é essencial para operações de recebimento/expedição rápidas e seguras e deverão ser instalados sistemas de iluminação para utilização dentro das carretas. Lâmpadas-guias para aproximação deverão ser instaladas de ambos os lados das portas da doca para orientação em operações noturnas.
– Sistemas de vedações são aconselhados para operações climatizadas. Economiza energia e aumenta a segurança evitando que a chuva, poeira e fragmentos entrem na doca, podendo tornar o piso escorregadio para pedestres e empilhadeiras.
Segurança na doca. Com sua alta concentração de atividades, a doca é a área onde a maioria dos acidentes tem probabilidade de ocorrer. Acidentes em docas podem se tornar um significante fator humano e de custo se o equipamento adequado não é enfatizado. Os custos são tanto diretos, como benefícios de indenização e tratamento médico, quanto indiretos, como perda de produção, o valor de produtos derramados ou danificados e reparo em equipamentos. Treinamento adequado de novos funcionários, seleção e manutenção adequada de equipamentos e procedimentos de operação bem elaborados são necessários para se ter boas operações de expedição/recebimento.
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