Como o Sistema de Estocagem Afeta a Utilização de Um Armazém?
Implementar um sistema de estocagem, no passado representava uma tarefa relativamente fácil, pois existiam poucas opções de estruturas de estocagem. Logo, analisar as opções não demandava grandes esforços, pois a melhor solução era derivada da análise de poucas alternativas.
Hoje, com o avanço dos conceitos de logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento, as questões referentes aos sistemas de estocagem se tornaram muito mais complexas. Existem no mercado estruturas de estocagem para todas as necessidades, desde estocagem de minúsculos componentes a granel, passando pelos itens embalados, até chegar aos itens unitizados (paletizados) ou de grande porte.
Além da enorme diversidade de estruturas de estocagem disponíveis atualmente, nos deparamos com a possibilidade do desenvolvimento e implementação de sistemas combinados de estocagem, o que aumenta ainda mais as possibilidades de escolha da melhor alternativa.
Porém, um fator muito importante na análise das opções, além de fatores como característica do fluxo de materiais, movimento, freqüência de movimentação, operacionalidade, flexibilidade, seletividade (facilidade de separação), etc., é a utilização volumétrica.
A utilização volumétrica dos diversos sistemas de estocagem é de fundamental importância, principalmente porque a maior parte dos materiais exige estocagem em locais fechados ou cobertos, o que caracteriza um alto impacto no custo por metro cúbico.
A adequada utilização volumétrica do espaço de estocagem não propicia apenas uma economia em relação ao custo da área, mas, sim, em relação a todos os custos indiretos gerados pelo mesmo, como:
- Movimentação (maiores espaços significam maiores distâncias);
- Manuseios (menores espaços facilitam o manuseio);
- Facilidade de acesso (tempo de atendimento), entre outros.
A questão espaço
É importante salientar, também, que o sistema de estocagem pode propiciar diferentes ocupações do armazém em função do equipamento de movimentação utilizado, como podemos notar no exemplo abaixo.
Em um módulo de 48×52 m (2.496 m2), podemos observar, em alguns casos, simplificadamente:
Supondo que necessitamos de uma capacidade de estocagem de 3.000 paletes e que o custo da área construída seja de $ 300 por m2, vamos encontrar que:
Caso 1 – Necessidade de 2.340 m2 – $ 702.000;
Caso 2 – Necessidade de 1.337 m2 – $ 400.000;
Caso 3 – Necessidade de 975 m2 – $ 292.500;
Logo, em muitos casos, as economias geradas pela redução de espaço são significativas e podem viabilizar a escolha de diferentes equipamentos de movimentação e estocagem.
Tipos de estanterias de estocagem
Estanterias leves e deslizantes
– Método de estocagem mais usual para produtos não paletizados (a granel ou em embalagens).
– Podem ser fixas ou deslizantes (sobre rodas que correm sobre trilhos) que, em alguns casos, possibilitam um maior aproveitamento do espaço.
– Além de prateleiras podem receber gavetas, classificadores e divisões internas que evitam perdas de espaço.
Armários modulares
– Construídos em tamanhos e formas uniformes, dentro dos quais gavetas com separadores podem ser acopladas para acomodar uma grande variedade de itens em pequenas quantidades, evitando uma baixa ocupação do espaço.
– Permitem grande adaptabilidade na estocagem de itens pequenos, o que não acontece com as estanterias leves.
– Boa proteção contra intempéries e possibilitam alta densidade de estocagem.
Carrosséis verticais e horizontais
Estrutura de estocagem na qual o material vem ao separador;
Elimina-se a necessidade de corredores para acesso aos materiais, ocupando-se melhor os espaços;
Boa proteção contra intempéries e densidade de estocagem.
Estanterias para estocagem dinâmica
Método de estocagem mais usual para produtos de pequeno peso e volume, para se atender ao FIFO (primeiro que entra, primeiro que sai);
Reduzem o espaço ocupado com corredores e também propiciam uma boa densidade de estocagem.
Estanterias em múltiplos pisos
Método de estocagem cujas prateleiras são construídas na vertical, entrelaçadas com pisos e suportadas pela própria estrutura;
Próprias para uma grande quantidade de itens não unitizados, pois podem ocupar adequadamente o espaço vertical;
Propiciam uma boa densidade de estocagem.
Mezaninos
Método de estocagem através de plataformas livres montadas sobre suportes ou estantes elevadas o suficiente para permitir estocagem acima e abaixo das plataformas;
Estruturas para paletes utilizadas em edifícios de grande pé-direito (mais de 5 m) onde se deseja aumentar a ocupação do espaço.
Estocagem em blocos (blocagem)
O método de estocagem mais simples para produtos paletizados é o empilhamento livre ou em blocagem. Os materiais são empilhados uns sobre os outros (com ou sem montantes de empilhamento);
Empilhamento livre é recomendado para grandes quantidades do mesmo item;
É o método de melhor ocupação volumétrica.
Estruturas porta-paletes convencionais
São o tipo mais comum de estrutura porta-paletes para cargas unitizadas;
Cada palete individual é facilmente acessado;
As estruturas porta-paletes são fáceis de ajustar;
Disposição flexível;
A necessidade de corredor depende da escolha dos veículos e se o tráfego em ambas as direções é permitido;
Empilhadeiras elétricas de mastro retrátil e de patolas exigem uma largura de corredor de 2,4 a 3,0 m;
Empilhadeiras contrabalançadas a combustão exigem larguras de 3,5 a 4,0 m;
Empilhadeiras selecionadoras de pedido com corredores a partir de 1,2 m.
Estruturas porta-paletes de dupla profundidade
Os paletes podem ser estocados em dupla profundidade;
A disposição possibilita que quatro paletes sejam estocados entre cada par de corredores;
Um veículo com garfos duplos-pantográficos movimenta os paletes;
A largura necessária do corredor é de aproximadamente 2,6 m;
Sistema dá excelente utilização do espaço de estocagem, com até 25% de economia, em relação à estocagem convencional.
Estocagem de corredor estreito
Oferece excelente utilização do espaço;
Freqüentemente, os paletes são estocados e recuperados mais rapidamente do que na estrutura portapaletes convencional, graças ao projeto e método de trabalho das empilhadeiras elétricas trilaterais;
É uma solução de custo eficaz quando o preço por m² é alto ou a área disponível limitada;
A largura exigida do corredor é de 1,5 – 1,8 m.
Estruturas porta-paletes de trânsito interno (“drive-in”ou “drive-thru”)
É uma estocagem com boa economia de espaço;
Adequadas para armazéns com poucas variedades de itens, como na blocagem;
A estrutura pode ser administrada como “drive-in” (a empilhadeira entra e retira o material pelo mesmo lado) ou “drive-through” (a empilhadeira entra por um lado e retira o material pelo outro);
A estrutura do tipo “drive-in” não precisa de corredores;
Os paletes são colocados nas vigas longitudinais ou trilhos;
“Drive-in/through” pode ser visto como uma blocagem, mas com melhor acesso e proteção.
Estocagem em sistema satélite
Empilhamento profundo, onde um carrinho robô satélite movimenta os paletes;
Robô satélite é movimentado no box porta-palete com o auxílio de uma empilhadeira ou carro robotizado principal que, então, sai com o palete.
Estruturas porta-paletes dinâmicas
Estocagem compacta para produtos de alto giro;
Ideais para poucos itens diferentes que necessitem atender ao método FIFO (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair);
Os produtos são automaticamente movimentados para frente, a partir do corredor;
Adequadas para produtos em paletes ou caixas de papelão. Os produtos podem rolar sobre transportadores contínuos de roletes livres com rodas de freio e, também, sobre roletes acionados ou contentores com rodinhas de carga.
Estruturas porta-paletes do tipo “push back”
As estruturas porta-paletes do tipo “push back” são um sistema de estocagem onde os paletes podem ser estocados em diversas linhas de profundidade e levados para dentro e para fora por meio de um mesmo lado;
Isto fornece um sistema FILO (Primeiro a Entrar, Último a Sair);
As estruturas possuem níveis inferiores inclinados com rodízios que possibilitam que os paletes sejam empurrados.
Estruturas com braços em balanço (cantilever)
Método de estocagem para produtos de grandes comprimentos ou comprimentos variáveis;
Facilidade de acesso a materiais compridos e irregulares;
Propiciam bom aproveitamento vertical.
Estruturas porta-paletes deslizantes
As estruturas porta-paletes deslizantes ficam sobre bases móveis acionadas por motor e se movem sobre trilhos no piso;
Uma série de estruturas porta-paletes forma uma densa unidade de estocagem com um único corredor para acesso;
O operador abre o corredor necessário por rádio, um sistema acionado por botões ou um sinal de luz;
As estruturas porta-paletes deslizantes fornecem um aproveitamento de espaço muito elevado, mas a capacidade de movimentação é baixa;
Com um corredor de 4 m de largura, os produtos podem ser eficientemente retirados do estoque, mesmo com uma empilhadeira a contrapeso;
A separação com empilhadeiras selecionadoras de pedidos permite a abertura de três corredores (3 x 1,3 m).
Estruturas autoverticalizadas
Ocupam o espaço vertical em estruturas de 25 a 30 m de altura;
Requerem transelevadores;
São utilizadas onde se queira aumentar a densidade de estocagem sem perder a seletividade das estruturas convencionais.
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Os fatores que podem afetar a armazenagem incluem a disponibilidade de espaço, condições de segurança, custos de armazenamento, localização geográfica, características dos produtos e demanda sazonal.
Estocagem e armazenagem são termos frequentemente usados de forma intercambiável, referindo-se ao processo de guardar produtos. Enquanto a estocagem se concentra na quantidade de produtos armazenados, a armazenagem abrange também a gestão do espaço, movimentação e organização dos produtos.
A estocagem é importante para garantir disponibilidade de produtos para atender à demanda dos clientes, minimizar custos de produção e transporte, e otimizar a eficiência operacional da empresa.
As funções de um sistema de estocagem incluem armazenar produtos de forma organizada para facilitar o acesso, proteger os itens de danos, controlar o estoque e otimizar o uso do espaço disponível.