Competitividade e Cooperação
Ei… você… já parou para refletir sobre quantas situações o ser humano já deve ter vivenciado nestes milhares de séculos de evolução? Segundo a ciência, estamos falando de mais de 3 milhões de anos!
Imagine as “revoluções tecnológicas” que aconteceram desde a “Idade da Pedra Lascada”, onde certamente grupos COOPERAVAM entre si para COMPETIREM pela sobrevivência… pense nas transformações que passamos rumo à “Idade da Pedra Polida” há mais ou menos 10 mil anos A.C. e as tecnologias que permitiram o desenvolvimento de artefatos de metais e ferramentas para agricultura há quase 5 mil anos A.C. na “Idade dos Metais”. Incrível, não é?
Muitos dizem que a vida é uma eterna COMPETIÇÃO mas, enquanto isso, outros destacam que essa visão de mundo não faz mais sentido, pois aprenderam a COOPERAR… ok! Muito bonito o discurso, mas não percebo o mesmo na realidade. Basta apenas um pouco de empatia, observando outras perspectivas, que fica evidente que a COOPERAÇÃO e a COMPETIÇÃO, desde a pré-história, são “dois lados de uma mesma moeda”.
O ser humano está, continuamente, COOPERANDO e COMPETINDO sempre pois, caso contrário, provavelmente não teríamos evoluído o suficiente para hoje realizar feitos, como por exemplo, turismo espacial ao mesmo tempo que convivemos com 10% da população mundial passando fome.
Pois é… Observem os atuais desequilíbrios globais sob a ótica econômica do PIB per capita no mapa a seguir.
Faça o dowload do Mapa em PDF (melhor visibilidade AQUI)
Mas, vejamos outras perspectivas que vão desde uma abordagem macro, mais global, até uma visão mais familiar:
- Dentro da “aldeia global”, muitos países têm mostrado que a COOPERAÇÃO é fundamental, mas obviamente fica claro que não passa de uma ótima estratégia para vencer a COMPETIÇÃO global – nada contra… é a regra do “jogo”;
- Já no nível de um país, observe que determinadas regiões e/ou grupos de interesse (ex.: Brasília, maior renda per capita do Brasil) mostram muita COOPERAÇÃO, principalmente para manter direitos e privilégios. Afinal, são pessoas que COMPETIRAM, conquistaram este direito e não vão abrir mão em nome dos “perdedores” – é a regra do “jogo”;
- Ah! Podemos olhar também para as organizações… muitos colaboradores aprenderam a COOPERAR, pois perceberam que o sucesso corporativo ajuda também no seu. Mas, e o concorrente? Sim… Aquele que perde a COMPETIÇÃO e fracassa? Vai haver cooperação com ele? – é a regra do “jogo”;
- Ok… mas entre amigos sempre existe COOPERAÇÃO, certo? Claro que sim, mas isto não significa que não podem COMPETIR pelo mesmo objetivo. Qual é o problema? Apesar disso, alguns perdem a amizade para sempre – mas é a regra do “jogo”;
- Vamos descer no nível familiar então… total COOPERAÇÃO há quase 30 anos, entre eu e minha esposa. Mas ela que não deixe um bem casado sobrando na geladeira para comer depois, pois eu e meu filho somos fortes COMPETIDORES – apesar de ser a regra do “jogo”, quem sai perdendo somos nós… hehehe
COMPETIR OU COOPERAR? CERTO OU ERRADO?
Pouco importa! Penso que é absolutamente inútil perder tempo debatendo algo consolidado há milhões de anos e que certamente continuará fazendo parte de nossa existência.
Apesar disso, vale o debate de como poderíamos agir diante desta realidade.
COOPERANDO PARA A COMPETITIVIDADE
Que tal COOPERAR com aqueles que estão próximos a você, com seus amigos, com sua empresa, com sua região ou com seu grupo de interesse e com seu país? É só ter ciência que cada vez que você COOPERA com alguns, você também alimenta uma COMPETIÇÃO com outros, podendo incomodar familiares e amigos, tirar profissionais da zona de conforto, criar novos patamares para empresas concorrentes, promover dificuldades para economias de outros países… Enfim, é assim que o “jogo” funciona há séculos!
E, se um dia você estiver liderando a COMPETIÇÃO, tente também pensar em como COOPERAR com os “perdedores” que passam fome aqui na Terra, mas não com “esmolas”, mas com planos similares ao de colonizar Marte. Deve ser um desafio enorme, já que o ser humano não consegue realizar algo do gênero há mais de 3 milhões de anos.
Mas, vamos em frente em nossa reflexão…
RANKING DE COMPETITIVIDADE MUNDIAL
Veja que interessante, o ranking de futebol masculino da FIFA (nov/2021), com 211 seleções. O Brasil está quase recuperando sua posição de número 1 no mundo… TOP!
E como estamos no Ranking Mundial de COMPETITIVIDADE? Como as grandes empresas e fundos de investimentos internacionais veem a COMPETITIVIDADE do Brasil a fim de decidirem se investem ou não em nosso país? Imagino aqui que todos compreendam que são os INVESTIMENTOS que GERAM EMPREGOS e não políticos. Correto?
Neste ranking, o IMD – Institute for Management Development, uma instituição acadêmica de 75 anos, fundada na Suíça, há mais de 30 anos desenvolve e publica uma avaliação da competitividade de cada país por meio da análise de 20 critérios, distribuídos em 4 grandes áreas (1. Desempenho Econômico, 2. Eficiência Governamental, 3. Eficiência Empresarial e 4. Infraestrutura).
Observe nossa atual posição (57) entre os 64 países analisados e o quanto perdemos de COMPETITIVIDADE nos últimos 25 anos. Sim, a partir de 1997, saímos da posição 34, viemos “ladeira abaixo” e quase alcançamos, em 2017, a “lanterna” do ranking, na posição de número 61.
Legal o ranking e triste ao mesmo tempo, não é? E, dentro dos critérios do IMD, o que faz a gente ser tão pouco competitivo no ranking mundial? Veja a seguir os diferentes critérios de avaliação e nossa posição no ranking para cada critério. Veja se dá para notar onde está o ponto mais fraco…
Sim… o nosso setor público, representado pela Eficiência Governamental, não é apenas o pior, mas pode apostar que é o responsável pelo baixo desempenho de outras áreas.
Na questão da COMPETITIVIDADE, o setor público, além de não gerar empregos, atrapalha quem tenta gerar.
Hoje, por exemplo, nosso time de projetos de engenharia está desenvolvendo, para uma indústria brasileira, um plano diretor de uma nova fábrica em Portugal. Deem uma olhada no ranking de competitividade de Portugal e entendam um dos motivos do porque isso acontece. Pois é, brasileiros, gerando empregos em Portugal.
AUTOMAÇÃO, TECNOLOGIA E GERAÇÃO DE EMPREGO
Toda essa longa introdução sobre COMPETITIVIDADE é absolutamente necessária para explicar porque a TECNOLOGIA e a AUTOMAÇÃO é GERADORA DE EMPREGOS por meio do aumento da COMPETITIVIDADE ao redor de todo o mundo e também no Brasil.
Se nosso setor público não tivesse tantos “Tiriricas”, com todo respeito ao artista e a pessoa, estaria certamente incentivando muito mais a TECNOLOGIA e a AUTOMAÇÃO para todas as empresas do Brasil.
É inacreditável mas, infelizmente, nossos legisladores “Tiriricas”, os executivos “Tiriricas”, juízes “Tiriricas” e boa parte da população, entendem que TECNOLOGIA e AUTOMAÇÃO gera desemprego a partir de uma visão absolutamente restrita e limitada da questão.
Infelizmente, ainda não está claro no Brasil, inclusive para muitas pessoas esclarecidas, o que é a COMPETITIVIDADE e a importância das inúmeras reformas (previdenciária, trabalhista, tributária, política, administrativa etc.), bem como a necessidade urgente que temos em viabilizar economicamente mais tecnologia e automação em formato de aplicativos, robôs, sistemas autônomos, profissionais especializados etc.
Mas, inspirem-se… mesmo com todos estes desafios aqui no Brasil (imaginem se não existissem), muitas empresas ainda conseguem ser competitivas no cenário mundial. São verdadeiros nichos de excelência aqui em nosso país… Conseguiram investir muito em tecnologia e automação nos últimos 30 anos e hoje contratam muito mais profissionais do que no passado. E não apenas profissionais qualificados. Empresas competitivas, seja no Brasil, EUA, China, Japão, Alemanha etc. também possuem operações onde não se viabiliza a automação plena e por isso crescem também e contratam mão de obra menos especializada sempre que necessário, além de empregar toda uma cadeia estendida de profissionais.
Para concluir, lógico que isto é apenas o relato de experiências que um engenheiro que, há quase 40 anos, tomou a decisão de estudar engenharia, numa época que a indústria representava 20% do PIB do Brasil (hoje é metade). Obviamente que cada um tem suas próprias experiências que podem ou não estar alinhadas a este relato, mas espero que, compartilhando um pouco desta visão, possa contribuir com mais reflexões.
Vamos em frente, muito obrigado e sucesso para todos aqueles que chegaram até aqui na leitura!
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