Liderança e Tomada de Decisão
O que liderança e tomada de decisão tem em comum?
No passado pensávamos que liderança e tomada de decisão eram privilégios somente dos Diretores e Gestores da organização.
Pouco a pouco as Empresas foram percebendo que poderiam ser mais ágeis (e aqui não há apenas uma coincidência com o termo Ágil, dos Métodos Ágeis), se todos aprendessem a liderar, mesmo sem cargos de liderança e a tomar suas próprias decisões.
Sem dúvida, isso torna as Empresas muito mais ágeis e os colaboradores muito mais responsáveis e engajados.
Toda decisão implica em responsabilidade e perdas. E sem saber, ou mesmo querer, temos que tomar diversas decisões todos os dias, com a ajuda ou não dos nossos superiores.
Quando temos que assumir a responsabilidade de uma decisão, pensamos melhor e tomamos mais cuidado, do que quando esta decisão vem imposta, de maneira top down.
Quando recebemos ordens expressas, a responsabilidade em executar é nossa, mas a responsabilidade dos resultados não é. Já ouvi várias vezes, “fiz porque meu chefe mandou. Se me perguntasse, eu faria diferente”.
Ou seja, “o problema não é meu. Eu só executei a vontade do meu chefe para não me estressar”.
Esse modelo é muito comum em Empresas com a cultura centralizadora, onde todas as decisões passam pelo crivo dos Diretores ou Gerentes, que mantém a postura dos heróis que sempre salvam as Empresas, e são insubstituíveis.
Empresas quando nascem pequenas, precisam de heróis, pois não tem recursos. Porém, quando crescem, passam a necessitar de profissionais competentes em todos os seus processos. E os profissionais competentes lideram e decidem.
Esta prática de centralização cria uma cultura de acomodação, onde a cada pequeno passo no dia a dia, os colaboradores se apoiam, como no uso de muletas, nas decisões dos seus superiores. Desta forma isentam-se de responsabilidade e não desenvolvem o compromisso para fazer dar certo, nem ganham maturidade.
O caminho do compromisso começa pela conscientização ou conhecimento da decisão e tudo o que ela envolve, seus riscos, abrangência e importância, passa pela convivência com cada decisão tomada, suas implicações positivas e negativas e chega ao compromisso, onde as pessoas irão cumprir os acordos feitos com todos os envolvidos do dia a dia.
O sonho de todos os líderes é formar equipes engajadas com os desafios encontrados e resultados a serem alcançados. Porém, eles esquecem de formar pessoas que saibam decidir e assumir as responsabilidades da sua decisão.
Como alguém irá aprender a dirigir, se não deixamos? A única maneira de aprender alguma coisa é fazendo. E errando.
Todos nós já erramos e iremos errar. Só não erra quem não faz.
Então vamos munir nossas Equipes com informações, métodos, propósitos e metas claramente definidos e dar a eles o autogerenciamento e a autonomia para tomarem suas próprias decisões.
Esta é a fórmula do desenvolvimento da maturidade profissional.
Não será fácil, pelo contrário, mas tenham certeza de que daqui há algum tempo irão agradecer o tempo ganho por Diretores e Gestores, para se preocuparem com coisas mais importantes, por exemplo com o futuro da organização.