Tendências de Liderança
A AMCHAM (American Chamber of Commerce), ou Câmara Americana de Comércio em conjunto com a Humanizadas, publicaram a Pesquisa Panorama & Liderança 2023.
O objetivo deste artigo é analisarmos parte da Pesquisa, que foi respondida por 763 respondentes, sendo que 56% deles em cargos de Alta Liderança e 66% de Empresas de médio e grande porte, com estimativa de gerarem 920 mil empregos.
O déficit educacional do País aparece em primeiro lugar com 38% dos respondentes como o principal desafio social que mais impacta a atuação das lideranças. Seguido de diferenças geracionais com 31% dos respondentes.
O papel da Educação Corporativa nesta transformação é fundamental para conseguirmos minimizar este efeito estrutural, da educação brasileira.
A Educação Corporativa é um Programa de Treinamento que é desenvolvido a partir das principais estratégias do Negócio, pois são as pessoas as principais responsáveis pela implementação destas estratégias e por fim, o atingimento dos objetivos corporativos.
O estilo de Líder Treinador é o perfil que mais se adequa a esta grande necessidade das Organizações, de todos os portes e culturas.
Esta é a maneira pela qual a iniciativa privada pode ajudar a minimizar o impacto da deterioração das entidades de ensino do País e aumentar a sua competitividade.
Com relação às diferenças geracionais, a promoção do trabalho em Times autogerenciáveis é a ferramenta mais adequada, pois inclui nestes times (ou squads) não só pessoas com diferentes competências, oriundas de diferentes departamentos da Empresa, mas também, com diferentes graus de maturidade profissional.
Com isso conseguimos integrar pessoas com diferentes idades e conseguir obter uma maior integração e troca de experiências e de informações. Os mais jovens ajudando os mais velhos a entenderem as tendências do mundo atual e os mais velhos passando para os mais jovens a sua vivência e visão do mundo dos negócios. Com isso melhoramos o envolvimento e a aceitação mútua e as decisões e propostas passam a enxergar ambas as realidades e visões de mundo.
Dentre uma lista de 64 características possíveis, os respondentes selecionaram aquelas que melhor representam o estilo atual e desejado das lideranças no mercado brasileiro.
O Estilo de Liderança Atual se refere às práticas e comportamentos de liderança atualmente exibidos por um indivíduo ou coletivamente dentro das organizações.
O Estilo de Liderança Desejado se refere à abordagem de liderança que um indivíduo ou organização aspira adotar. É um estado ideal ou uma visão para o futuro.
Em primeiro lugar com 20% o Controle, em segundo com 10% o Estresse e em terceiro com 9% a Hierarquia.
E a conclusão dos especialistas que ajudaram nas análises dos dados foi a seguinte:
“Um ambiente de trabalho de alto nível de estresse, controle e hierarquia pode inibir o surgimento de ideias novas e a capacidade de adaptar-se a mudanças, características fundamentais tanto para a inovação como para a agilidade. Se a equipe está constantemente sob pressão ou sob um controle estrito, as chances são de que elas se sintam menos inclinadas a serem criativas e a correr riscos, pois o medo do fracasso ou das reprimendas supera o potencial para a inovação. O estresse também pode afetar negativamente o pensamento crítico e a tomada de decisões, dois componentes cruciais para a inovação”.
Trabalhamos há muitos anos na promoção de grandes mudanças culturais nas Empresas e sem dúvida a centralização dos controles e tomadas de decisão, principalmente dos níveis estratégicos é a principal causa raiz da falta de competitividade das Empresas, pois como concluiu-se acima, as pessoas se tornam cada vez mais inertes e acomodadas neste tipo de ambiente, defendendo o seu emprego e salário, sem priorizar as mudanças necessárias para transformarem seus processos e resultados. O papel dos líderes neste processo de transformação é fundamental, pois líderes influenciam as pessoas e seus comportamentos, tanto levando-os pelo caminho do sucesso, arriscando e muitas vezes errando, mas aprendendo com seus erros, mas também e infelizmente, os levam para o caminho do medo e da acomodação, para segurar seus empregos, mesmo que estes não se sustentarão no médio prazo, caso a Empresa não melhore sua competitividade e rentabilidade.
Autor Sidney T. Rago – Diretor e Head da Divisão Estratégias e Performance da IMAM Consultoria, com 35 anos de experiência profissional, tendo participado de mais de 300 projetos, em Empresas tais como: Orion Carbons, Saint-Gobain, Gerdau, Bunge, Tramontina, Rousselot, Schmersal, entre outras.