Postponement – (Postergação ou Adiamento) na cadeia de suprimentos
Postponement é uma combinação específica de três tipos genéricos: de forma, tempo e local. A postergação de forma refere-se ao adiamento das atividades finais de processamento embalagem ou montagem; o adiamento de tempo refere-se atrasar a movimentação dos produtos até que os pedidos dos clientes tenham sido recebido; o adiamento de local refere-se ao posicionamento dos inventários anteriores nas operações centralizadas de manufatura ou distribuição para adiar a movimentação de produtos.
O postponement combina estes três tipos; as atividades finais de processamento são adiadas até que os pedidos de clientes tenham sido recebidos (adiamento de tempo) e são executadas a partir das operações centrais na cadeia de abastecimento (adiamento de local), para incluir características específicas do país no produto acabado (adiamento de forma), frequentemente seguido pela entrega direta aos varejistas ou clientes.
O resultado é que a forma, função e local do produto são alterados na cadeia de suprimentos sistemas operacionais se opõe aos sistemas de empurrar, no qual os produtos são manufaturados totalmente na previsão dos futuros pedidos de clientes e estocados, mesmo embora nenhum cliente tenha formulado qualquer pedido. Frequentemente, a combinação o três tipos de postergação permite aumento no nível de serviço ao cliente por meio da customização e economias de custo operacional por menores custos do inventário.
São quatro possíveis estruturas de processamento, dependendo do tipo de operação, da fabricação final, do tipo de produto e mercado:
1. Unicêntrica. Fabricação integrada na fábrica de manufatura global, distribuição segundo o pedido, para marcas globais com formulação padrão e periféricos, por exemplo, CPUs.
2. Em feixes. A manufatura final é direcionada pela previsão numa fábrica continental, para produtos com marca global, periféricos padrão e formulação diferente, por exemplo, TVs.
3. Diferida. Manufatura ou processamento final voltado ao pedido no canal de distribuição internacional para produtos com marca global e diferente formulação e periféricos.
4. Embalagem diferida. Embalagem e expedições do produto num armazém local, para produtos com marca global, formulação padrão e periféricos diferentes.
• Postergação da rotulação;
• Postergação da embalagem;
• Postergação da montagem;
• Postergação da fabricação;
• Adiamento de tempo.
A distinção entre a postergação de montagem e manufatura é a utilização de múltiplos sites e o fluxo convergente resultante dos produtos. Além disso, espera-se que a operação de postergação da manufatura tenha um layout específica para este fim. Em oposição aos sistema de postergação da montagem, onde os produtos são terceirizados, somente alguns periféricos ou acessórios podem ser montados localmente.
Estes dois tipos de postergação se relacionam com a manufatura em feixes e montagem diferida – provocando impacto não somente na forma e local do produto acabado mas, também, sua função.
No geral, o nível de postergação pode ser avaliado como o escopo das atividades adiadas (da rotulação à manufatura secundária) e o impacto destas atividades nos produtos acabados, que podem ser avaliados em termos de local, forma e função do produto. Esta decisão relaciona-se com as posições do ponto ruptura do pedido do cliente (CODP – “Costumer Order Decoupling Point'”) ao longo da cadeia de suprimentos. O CODP é o ponto do processo, onde um pedido do cliente é imputado no sistema do fabricante que assumirá que aquele produto está reservado à um cliente específico. A partir deste ponto, as operações são direcionadas pelo pedido; anteriormente a este ponto, eram direcionadas pela previsão.
Por exemplo, na expedição de um pedido, um produto, digamos, um suco de frutas, é distribuído, reservado para um pedido específico do cliente, considerando suprimentos, embalagem, processamento sendo direcionados pela previsão. Por outro lado, numa operação de montagem, os componentes são montados e expedidos reservados a um pedido específico do cliente, enquanto que suprimentos e manufatura ainda são direcionados pela previsão. No exemplo do suco de frutas, as frutas ainda podem ser compra das e expedidas segundo a previsão, safra, mas os sucos podem ser embalados segundo os pedidos dos clientes. Este princípio tem fortes relações com postergação no sentido de que divide a operação na cadeia de suprimentos. O CODP pode ser colocado antes ou depois, portanto, provocando impacto na quantidade de atividades adiadas até que os pedidos de clientes tenham sido recebidos. Da mesma forma que as atividades de customização podem ser posicionadas em qualquer lugar ao longo da cadeia de suprimentos, assim pode ser o CODP.
A lista abaixo representa seis pontos genéricos para localização de CODPs:
1. Engenharia segundo pedido, como na construção/fabricação sob encomenda.
2. Suprimentos segundo o pedido, como em produtos eletrônicos de alta tecnologia.
3. Fabricação contrapedido, como nos restaurantes.
4. Manufatura/montagem final segundo o pedido, como em alguns produtos eletrônicos.
5. Embalagem e rotulação segundo pedido, como alguns produtos embalados.
6. Expedição segundo o pedido, como no varejo.
Um sétimo CODP – adaptar segundo o pedido no canal do varejo – pode ser adicionado, dado que, à frente no canal do varejo, adaptações finais podem ser feitas com base nos pedidos de clientes (como fazer saladas frescas). Quanto mais o CODP está posicionado à frente, tanto mais o escopo de atividades executadas no pedido aumentará, até um nível onde local, forma e função são determinados após os pedidos de clientes terem sido recebidos. Isto é mostrado na figura, que posiciona tipos de postergação na cadeia de abastecimentos e em relação aos CODPs genéricos. Indicado entre barras está a área da manufatura adiada para as situações de fabricação contrapedido e montagem segundo o pedido.
Benefícios do postponement
• Criar produtos e serviços que sejam passíveis de customização em função dos clientes (envolvendo a função de projeto). Exemplos: roupas self-fitting, produtos self-bake.
• Modularizar componentes para customizar produtos acabados e serviços (envolvendo a função de manufatura, distribuição, marketing e projeto do produto).
• Fornecer resposta rápida por toda cadeia de valor (envolvendo a função de projeto, manufatura, distribuição e marketing).
• Customizar serviços ao redor de produtos ou serviços padrão (envolvendo a função de distribuição e marketing).
• Fornecer pontos de customização após a entrega (envolvendo a função de marketing). Por exemplo. ajustar roupas na loja.
• Oferecer suporte logístico aos programas de vendas e incentivos de marketing (envolvendo a função de distribuição).
• Por exemplo, montagem de displays promocionais, gerenciamento da gondola para assegurar disponibilidade.
• Oferecer níveis de serviço logístico customizado (envolvendo a função de embalagem distribuição regional).
A administração do transporte e entrega de materiais recebidos é essencial na customização em massa. Isto é aparente no caso de montadoras de computadores como a Dell. A única forma de implementar customização em massa de computadores é reunir o que o cliente deseja de um grande número possível de variações num prazo muito curto – minimizando ainda o estoque.
Empresas que praticam o postponement frequentemente usam provedores logísticos externos para customizar a embalagem e distribuir o produto para o cliente final. Os armazéns e centros de distribuição são operados por terceiros e oferecem flexibilidade e proximidade com o cliente final sem todos os custos dos ativos fixos. Esta é uma vantagem real para a empresa que lida com o fluxo de produtos incertos da customização em massa. Para a terceirização atender aos padrões exatos de customização, é essencial integrar o sistema de informação de terceiros com aqueles do fabricante.
A complexidade da customização em massa exige coordenação em toda cadeia de abastecimento e a logística representa a lógica para exercer este papel. Não é apenas um item de estoque, é aquele item com todo um conjunto de solicitações especiais. Como posso executar esta tarefa com custos de movimentação mais baixos e ainda atender ou superar as expectativas de entrega?
Apenas a logística possui o escopo e habilidades para assumir isso. Num ambiente de customização em massa, logística é como um controlador de tráfego aéreo, certificando-se de que tudo esteja sintonizado e sincronizado acima e abaixo da cadeia de abastecimento.
Transforme seu centro logístico numa fábrica de genéricos aos específicos
A princípio vamos observar o uso dos termos cadeia de demanda e cadeia de abastecimento. Cadeia de demanda indica um fluxo de distribuição de “empurrar”, onde os produtos são fabricados segundo uma previsão com que o fabricante espera atender às necessidades do cliente. Contudo, uma cadeia de suprimentos indica um fluxo de distribuição de “puxar”, onde os produtos são produzidos para atender às reais demandas do cliente.
A essência da armazenagem customizada está na estocagem do produto genérico no armazém até o recebi mento de um pedido do cliente. Neste ponto, o armazém realiza atividades de valor agregado para customizar o produto genérico para atender à demanda do cliente. Existe uma ampla gama do que pode ser incluído dentro do escopo da armazenagem customizada, dependendo se o produto genérico é realmente genérico, quanta flexibilidade os clientes possuem ao especificarem sua demanda e quais serviços de valor agregado o armazém executa. Como a gama de serviços de valor agregado vai da paletização à embalagem, etiquetagem, colocação de preço, formação de kits, pintura, montagem ou mesmo manufatura, o escopo da armazenagem customizada se torna muito mais substancial.
A armazenagem customizada pode ser tão simples quanto a transferência de produtos acabados para uma configuração exclusiva de paletização, ou tão complexa quanto uma parte significativa do que tradicionalmente imaginamos como manufatura. Determinar o escopo da armazenagem customizada tem a ver com o custo das atividades de valor agregado, o custo dos inventários e o lead-time necessário apara customizar o produto comparado ao lead-time necessário para atender a demanda do cliente.
Conforme as economias de escala da produção em massa se tornam mais substanciais, o escopo da armazenagem customizada se torna maior conforme as necessidades da customização.
Um segredo para aumentar o papel da logística hoje está em definir o escopo apropriado da armazenagem customizada para mais economicamente atender às necessidades de hoje.
Descobrir a importância da armazenagem customizada exige o entendimento dos desafios que a logística enfrenta, a situação de conflito, entre manufatura e marketing, e os benefícios a serem alcançados com a armazenagem customizada.
Os fornecedores que costumavam oferecer serviços inovadores de valor agregado para se diferenciarem da concorrência estão descobrindo que os varejistas agora esperam estes serviços como uma questão natural. Estes serviços incluem:
• Embalagem e paletização de pedidos para as lojas, enviando-os em regime de cross-docking em vez de para o armazém ou centro de distribuição do próprio armazém.
• Aplicação de etiquetas exclusivas de cada cliente.
• Embalagem de produto com as etiquetas de preços do próprio varejista, deixando-o pronto para ser colocado diretamente nas gondolas.
• Valor agregado agora é uma prática-padrão exigida pelo varejista, e que não está disposto a pagar mais por estes serviços.
Autor: Reinaldo A. Moura Criador e Fundador do Grupo IMAM em 1979 (Instituto IMAM, IMAM Editora e IMAM Consultoria) e Diretor Técnico das Missões de Estudo ao Japão. 60 anos de experiência profissional, em mais de 100 empresas. Pioneiro na introdução conceitos no Brasil, tais como: MAM, Intralogística, Kanban, Housekeeping/5S, TPS/JIT/Lean/Toc – Treinamento e Assessoria. Publisher da Revista LOGÍSTICA desde 1980 (mais de 300 edições) Formado em Engenharia Industrial (FEI), em Engenharia de Segurança do Trabalho (FEI) e mestrado em Engenharia de Produção (Poli-USP). Ex-professor universitário: FEI, UMC, Mackenzie, Mauá etc.